ATA DA SEPTUAGÉSIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 31-8-2001.
Aos trinta e um dias do
mês de agosto do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Fernando
Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Paulo Brum, Raul Carrion e Sofia Cavedon.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Cassiá Carpes, Elói
Guimarães, Humberto Goulart, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D’Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias
da Ata da Sexagésima Sexta Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da
Sexagésima Quinta Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência de
quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João Antonio
Dib, Líder da Bancada do PPB, a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 224/00 (Processo nº 3373/00) e o Pedido de Informações nº 163/01 (Processo
nº 3420/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, 03 Pedidos de Providências e os
Pedidos de Informações nºs 161 e 164/01 (Processos nºs 3391 e 3426/01,
respectivamente). Também, foi apregoado o Ofício nº 463/01, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 022/01
(Processo nº 3430/01). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 1179/01, do Senhor
Gilberto Chiapinotto, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica
Federal - CEF; 1220/01, do Senhor Djalmir da Costa Bessa, Ordenador de Despesas
da Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento. A seguir, por solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Sílvio Lunardi
Martini - Miudinho - ex-Rei Momo de Porto Alegre, falecido no dia vinte e nove
de agosto do corrente. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e
Mestres da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Professora Gema Angelina Belia, que
discursou a respeito do processo de desapropriação do terreno onde se localiza
essa escola, solicitando o apoio deste Legislativo, no que tange à
intermediação junto ao Governo do Estado de providências para resolver a
questão. Também, chamou a atenção para a importância dessa instituição de
ensino no atendimento da população situada no entorno da Avenida Antônio de
Carvalho. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Carlos Alberto Garcia, Marcelo Danéris, Cassiá Carpes, Luiz Braz, Ervino
Besson, João Carlos Nedel, Paulo Brum, Sebastião Melo e Raul Carrion
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também,
constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador
Estilac Xavier, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança a
Suplente Berna Menezes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Constituição e Justiça. Ainda, foi aprovado Requerimento do Vereador José
Fortunati, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia
de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação. Na oportunidade, foram apregoadas
Declarações firmadas pelo Vereador Marcelo Danéris, Vice-Líder da Bancada do
PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e José Valdir em
assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição aos Vereadores Estilac
Xavier e José Fortunati. Às nove horas e cinqüenta e nove minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e um minuto,
constatada a existência de quórum. A seguir, por solicitação do Vereador Elói
Guimarães, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
ex-Deputado Federal Amaury Müller, falecido no dia de hoje. Após, o Vereador
João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando TEMPO ESPECIAL, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea
"f", do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto
Garcia apoiou iniciativa do Senhor Pedro Henrique Dias, Presidente da Associação
Nacional dos Administradores Hospitalares, no que se refere à regulamentação do
gerenciamento de casas de saúde e hospitais por profissionais formados em
Administração Hospitalar. Ainda, manifestou-se sobre o transcurso, amanhã, do
Dia do Profissional de Educação Física. Em prosseguimento, nos termos do artigo
94, § 1º, alínea "f", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu
TEMPO ESPECIAL ao Vereador João Antonio Dib, que repudiou o teor de material publicitário
apócrifo, distribuído ontem neste Legislativo, envolvendo as relações políticas
de Sua Excelência com o Senhor Tarso Genro, Prefeito Municipal de Porto Alegre,
lamentando a ocorrência desse episódio, especialmente no que se refere à
participação de servidores públicos municipais. Ainda, discursou sobre a
implantação de uma autarquia para administrar o sistema previdenciário municipal.
Na ocasião, a Vereadora Helena Bonumá formulou Requerimento verbal, solicitando
a abertura de sindicância para apurar as responsabilidades dessa publicação,
tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Berna Menezes, referindo-se às paralisações das
universidades federais no País, analisou as reivindicações dos servidores
públicos em greve, criticando a postura adotada pelo Governo Federal, no que
tange à reposição salarial dessas categorias. Ainda, ressaltou a participação
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - em projetos para o
desenvolvimento científico do País. Na oportunidade, o Senhor Presidente
comunicou a distribuição aos Senhores Vereadores de cópias do “CD-ROM ABRASCAM”
elaborado pela Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais -
ABRASCAM, o qual versa sobre legislação Federal e matérias afins. Em
COMUNICAÇÕES o Vereador Juarez Pinheiro teceu considerações a respeito da
regulamentação das estações rádio-base de telefonia celular na Cidade e aludiu
à informe publicitário veiculado hoje no jornal Correio do Povo, que diz
respeito ao sistema previdenciário dos servidores municipais. Também, discorreu
acerca de denúncias de irregularidades no Montepio dos Funcionários do
Município de Porto Alegre - MFM. O Vereador Luiz Braz, examinando o sistema de
previdência pública vigente no âmbito da União e do Estado, procedeu à análise
do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01 (Processo nº 1323/01)
aprovado por este Legislativo, o qual versa sobre as regras de transição do
regime previdenciário Municipal, e afirmou ser necessária a realização de um
referendo para que os funcionários públicos municipais possam avaliar essa
matéria. O Vereador Raul Carrion discorreu a respeito do seminário proposto pela
Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, a ser realizado nos dias vinte
e seis e vinte e sete de setembro do corrente, para tratar de assuntos
pertinentes à reforma urbana e habitação no Município de Porto Alegre,
relacionando as diversas entidades convidadas a fazerem parte do evento e
destacando a importância da participação dos Senhores Vereadores no referido
seminário. A Vereadora Maria Celeste, reportando-se às medidas implantadas pelo
Executivo Municipal para atender as crianças e adolescentes carentes da Cidade,
teceu considerações acerca do 7º Encontro Estadual dos Conselhos Tutelares, que
se realizará do dia trinta de agosto a primeiro de setembro do corrente, em
Novo Hamburgo - RS, com a finalidade de deliberar sobre a atribuição dos Conselhos
no Estado do Rio Grande do Sul. A Vereadora Maristela Maffei discursou sobre a
questão do consumo de alimentos geneticamente modificados e avaliou a
relevância da Audiência Pública realizada ontem pela Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos, para tratar de denúncias de irregularidades nas
empresas que prestam serviço de telefonia na Capital. Ainda, criticou a
política de privatizações adotada pelo Governo Federal e pelo ex-Governador do
Estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro, através de
Questão de Ordem, manifestou-se a respeito do tempo regimentalmente previsto
para manifestação dos Vereadores durante o período de Comunicações, tendo o
Senhor Presidente prestado esclarecimentos a respeito do tema. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador João Bosco Vaz procedeu à análise dos debates realizados ontem,
durante a realização da Audiência Pública promovida pela Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos, para tratar de assuntos relacionados às empresas
que atuam no ramo de telefonia em Porto Alegre, aludindo às considerações
feitas pelas diversas entidades que participaram do evento e ressaltando a
competência deste Legislativo para avaliar esse tema. Na oportunidade, foi
apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Nereu D’Avila, Líder da
Bancada do PDT, ao Projeto de Resolução nº 030/01 (Processo nº 1454/01). Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Paulo Brum dissertou sobre matéria publicada hoje no
Jornal Zero Hora, atinente à postura do Senhor José Jocemir da Silva, Prefeito
Municipal de Giruá - RS, ao cancelar os desfiles cívicos comemorativos à
Independência do Brasil e propor um ciclo de palestras para abordar a história
do Brasil e a construção da cidadania, com o objetivo de substituir o
tradicional evento de 7 de Setembro. Em seguida, o Vereador Juarez Pinheiro,
através de Questão de Ordem e manifestações, aludiu ao tempo regimentalmente
previsto para o pronunciamento dos Senhores Vereadores durante o período de
Comunicações, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o
assunto. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 220/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 223/01, discutido pelos Vereadores
João Bosco Vaz e Adeli Sell; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 054/01, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 215,
206/01, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 225/01, discutido pelo
Vereador Luiz Braz, e 228/01, discutido pelo Vereador Elói Guimarães. Na ocasião,
o Vereador Paulo Brum formulou Requerimento verbal, solicitando fosse retirado
termo constante do pronunciamento efetuado pela Vereadora Maristela Maffei, em
Comunicações, tendo o Senhor Presidente e os Vereadores Marcelo Danéris, Paulo
Brum e João Antonio Dib manifestado-se a respeito do referido Requerimento.
Também, o Senhor Presidente apregoou as Emendas nºs 02, 03, 04 e 05, de autoria
do Vereador Aldacir Oliboni, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 206/01
(Processo nº 3034/01). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador
Sebastião Melo, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Humberto Goulart manifestou-se a respeito das
eleições para os Conselhos Tutelares, referindo-se à reunião realizada pela
Bancada do Partido Democrático Trabalhista com diversos candidatos ao cargo de
Conselheiro Tutelar, no Bairro Restinga. Ainda, teceu críticas à Resolução
emitida pela Conferência Nacional de Saúde, a qual prevê a intervenção de
conselhos gestores de saúde na administração de hospitais filantrópicos. O
Vereador Valdir Caetano manifestou-se favoravelmente aos Projetos de Lei do
Legislativo nºs 023/01 e 026/01, que autorizam a implantação de um restaurante
popular em Porto Alegre, criticando declarações do Senhor Ricardo Ritter,
Presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurante, Bares e Similares de Porto
Alegre - SHRBS, publicadas no jornal Correio do Povo, no dia de hoje, o qual
afirma que essa iniciativa irá causar desemprego no setor. O Vereador Raul Carrion
analisou a situação geral pela qual passa o País, questionando as políticas
sócioeconômicas implementadas nos últimos anos no âmbito da União. Nesse
sentido, propugnou pela formação de uma frente de oposição ao atual Governo
Federal, e relatou medidas que, no entender de Sua Excelência, são necessárias
para colocar o Brasil no rumo de um desenvolvimento voltado para a preservação
da soberania nacional. O Vereador Antonio Hohlfeldt protestou contra a forma
pela qual a Vereadora Maristela Maffei referiu-se ao Governo Federal, no
período de Comunicações de hoje, e enfocou dados relativos ao repasse de
recursos da União para o Município. Também, contestou a Administração Pública
realizada pelo Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre e no Rio Grande do
Sul, especialmente no que tange à observância da legislação vigente para a
destinação de verbas públicas. O Vereador Haroldo de Souza cumprimentou o
Vereador João Bosco Vaz por ter recebido a medalha João Saldanha. Ainda,
posicionando-se sobre a possibilidade de criação do restaurante popular na
Cidade, discutiu os Projetos de Lei do Legislativo nºs 035/01 e 228/01, de
autoria de Sua Excelência, e solicitou apoio à proposição de sua autoria que
tramita nesta Casa, a qual isenta os portadores de AIDS do pagamento do Imposto
Predial e Territorial Urbano - IPTU. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a
retirada de termos constantes no pronunciamento efetuado por Sua Excelência
durante o período de Comunicações. Também, o Vereador Marcelo Danéris formulou
Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no
pronunciamento efetuado pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, em Comunicação de
Líder, tendo o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestado-se sobre o assunto. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris discorreu a respeito do
direito que os Vereadores têm de defender suas idéias e posicionar-se quanto à
atual conjuntura política brasileira, declarando que a sociedade anseia por
investigação das denúncias de irregularidades no Governo Federal. Também,
reportou-se a investimentos feitos pelo Governo do Estado em prol do
desenvolvimento sócioeconômico do Rio Grande do Sul. O Vereador Luiz Braz
pronunciou-se sobre a conduta ética que deve pautar o pronunciamento dos
Senhores Vereadores, alegando que denúncias não podem ser feitas
inconseqüentemente, sem estarem amparadas em provas. Nesse sentido, citou a
formação de Comissão Parlamentar de Inquérito nesta Casa para investigar a
aquisição de imóveis no Jardim Leopoldina, argumentando haver documentos que
fundamentam as denúncias apresentadas. O Vereador João Antonio Dib teceu
considerações a respeito das relações que são desenvolvidas entre os Poderes
Legislativo e Executivo, nos âmbitos Estadual e Municipal, apresentando como
exemplo os Pedidos de Informações encaminhados ao Governo Municipal,
relativamente ao gerenciamento dos recursos públicos arrecadados através de tributos.
Ainda, sublinhou a importância de que sejam tratados nesta Casa, prioritariamente,
os assuntos pertinentes à Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria
da Vereadora Helena Bonumá, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia. Na ocasião, o Senhor Presidente
manifestou-se acerca do volume de matérias constante na Ordem do Dia, solicitando
aos Senhores Vereadores providências no sentido de que seja efetivada a
apreciação das referidas matérias. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
rejeitada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 45, aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 012/01, considerando-se mantido o Veto Parcial a ele aposto, por vinte e
três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Antonio Hohlfeldt, João Antonio Dib, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Marcelo
Danéris, tendo votado Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Antonio Hohlfeldt, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia,
Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto Goulart, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon,
Valdir Caetano e Juberlei Bacelo, e optado pela Abstenção o Vereador João
Antonio Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 217/01 (Processo nº 3449/01 -
Requer autorização para que o Vereador Ervino Besson represente este Legislativo,
do dia três ao dia cinco de setembro do corrente, na Cidade de Valparaíso,
Chile, para participar da "Sétima Reunião de Cúpula da Rede
Mercocidades", com pagamento de diárias), de autoria do Vereador Fernando
Záchia, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib,
Reginaldo Pujol e Carlos Alberto Garcia. Às treze horas e quatro minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião
conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às treze horas e onze
minutos, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 149/01, o qual teve sua
discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da
Vereadora Sofia Cavedon. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de
Resolução nº 042/01. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 031/00, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a
Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador João Antonio Dib. Foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Nereu D'Avila, solicitando seja a Emenda nº
02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 064/00 (Processo nº 1001/00)
dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/00, com ressalva
das Emendas a ele apostas. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 064/00. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 064/00. Às treze horas e vinte minutos, constatada a
inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador João Antonio
Dib, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia,
Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol e João Antonio Dib, este nos termos do
artigo 27, § único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Helena
Bonumá, Paulo Brum e Ervino Besson. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Passamos à
O
Sr. Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e Mestres da Escola
Estadual de 1º e 2º Graus Prof.ª Gema Angelina Belia, está com a palavra pelo
tempo regimental de 10 minutos.
(O
Ver. Fernando Záchia assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Faleceu, na madrugada de ontem, o ilustre
porto-alegrense, ex-Rei Momo, o nosso querido Miudinho, o Sr. Sílvio Lunardi
Martini. À sua memória solicito que a Câmara realize um minuto de silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Faremos um minuto de silêncio em memória
do ex-Rei Momo da Cidade de Porto Alegre, o Miudinho, conforme Requerimento do
Ver. João Carlos Nedel.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
Sr. Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de País e Mestres da Escola
Estadual de 1º e 2º Graus Prof.ª Gema Angelina Belia, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos para falar sobre a desapropriação do terreno da
Escola.
O SR. ROGÉRIO FONSECA BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
bom-dia. Peço desculpas por não ter vindo com a vestimenta adequada para este
momento, mas ocorre que não fui informado de que havia essa formalidade.
Desculpem-me, foi uma falha minha e, talvez, até desta Casa. Agradeço por poder
usar este espaço, que é um espaço popular, um espaço da nossa população, e nós
precisamos muito dele.
Agradeço
a algumas pessoas que têm encaminhado junto a nossa causa as suas políticas,
vou citar três Vereadores em especial. Vou citar, em primeiro lugar, uma das
únicas pessoas que deparou com esse problema e caminhou ao lado da nossa Escola
de 1º e 2º Graus, localizada na Av. Antônio de Carvalho. O primeiro
agradecimento vai para o nosso Ver. Estilac Xavier, que, me parece, não está
presente. Um agradecimento especial ao ilustre Ver. Haroldo Souza, ao Ver.
Cassiá Carpes e a toda a sua assessoria, que tem nos dado um apoio muito
grande, muito grande mesmo, caminhando em todos os sentidos com a nossa
comunidade.
Aproveito
para agradecer a todas as mães, alunos, pessoas desta comunidade, professores e
à direção da escola que aqui se encontram reunidos, afastando-se das suas casas
e dos seus empregos para caminhar, levantando uma bandeira que não é política,
é a bandeira da educação, o alicerce da família e do eixo de um possível
caminho futuro que o nosso País tem. Nós temos de olhar para dentro de nós e
dizer que não adianta criticar e olhar a violência, porque se não for por
intermédio da educação, nós não faremos nada.
Hoje,
o Gema Belia vem aqui pedir o engajamento desta Casa, até porque estamos em uma
outra esfera municipal, mas como nos encontramos no eixo desta querida Capital,
estamos buscando, dentro desta Casa, a energia de todo aquele político que tem
a vontade, que tem a garra de abraçar a causa do Gema Belia para que se unam a
nós.
Acredito
que todos já devam ter ciência do nosso problema, gerado desde 1995; o prédio,
locado, é de uma instituição religiosa, a qual vem buscando, junto ao Governo
do Estado, reaver novamente esse patrimônio, que é deles. Nós devemos deixar
bem claro, neste momento, na luta da comunidade do Gema Belia e de todas as
comunidades próximas do Eixo Antônio de Carvalho, Viamão e Lomba do Pinheiro,
que são a nossa clientela fiel, que nós não temos nenhuma luta contra as Irmãs,
muito pelo contrário, nós somos sensíveis aos problemas das Irmãs. Agora, nós
estamos, aqui, buscando um apoio, neste momento, da Casa, para que façamos uma
pressão e possamos chegar até a Secretaria de Educação, através da Secretária
Lúcia Camini. Provavelmente, nós possamos conseguir até uma audiência com o
nosso Governador Olívio Dutra, porque realmente está difícil.
As
caminhadas que deveriam ser feitas, em nível hierárquico, no meio político,
foram feitas. O Círculo de Pais e Mestres, a Direção desta Escola e toda esta
comunidade já foram à Secretaria de Educação, várias vezes, e nunca fomos
atendidos pela atual Secretária. Procuramos o auxílio da Assembléia Legislativa
e o recebemos, através do Presidente daquela Casa, o Deputado Sérgio Zambiasi,
e de alguns Deputados que nos apoiam. Estamos tentando chegar até o Executivo,
não conseguimos. Fomos um pouco além, fomos buscar lá no Ministério Público o
apoio. Não tivemos o retorno, ainda.
Hoje,
o CPM desta Escola está com uma ordem de despejo, provavelmente por estar
estourando o prazo de um decreto que foi conseguido na luta popular, no então
Governo Antônio Britto, que foi sensível, nos deixou um decreto. Mas
conseguimos um decreto, porque a comunidade se organizou: pai, mãe, aluno,
direção de escola e toda aquela comunidade. Tivemos que trancar uma avenida
para conseguir um decreto de uma coisa que é o alicerce das nossas famílias,
que é o ensino dos nossos filhos. O que se busca, hoje, mais uma vez? Apoio,
apoio político, que todos se abracem nesta causa, independente de partido, de
segmentos, de ideologias. A bandeira é a educação dos nossos filhos, agora. E
nós não vamos cessar esta luta. Vocês podem observar que nós temos as galerias
cheias. Gostaria de dar os parabéns para essas galerias, porque este povo quer
e luta. (Palmas.)
Estivemos
nesta Casa, em 1996, quanto tempo de lá até aqui? Em 1996, nós estivemos nesta
Casa, pedindo um apoio. Temos uma Moção de Apoio de vários Vereadores, aqui;
não cabe citá-los, agora. Temos o documento de apoio que resolveria esta
situação dentro do Governo Britto. Inclusive, foi um compromisso firmado com
aquela Secretaria. Não resolveram, infelizmente perderam a eleição, e hoje nós
estamos lutando com este Governo. Nós alugamos aquele prédio desde 1972, são
vinte e nove anos, atendemos mil e quinhentas pessoas, mil e quatrocentos
alunos e, o mais importante: nós estamos alfabetizando adultos, nós temos cem
adultos, estamos alfabetizando adultos na nossa escola. Uma coisa sensacional
para alguém que quer crescer.
No
meu entendimento, o crescimento tem que vir lá do alicerce, da raiz, não de
cima para baixo.
O
Decreto assinado no dia 1º de setembro em 1997 nos permitiu estar lá até hoje.
Vê-se uma pressão muito grande das Irmãs. Inclusive elas têm um advogado que é
forte. Algumas pessoas que nos acompanham no eixo político já nos disseram que
é uma luta pesada, isso dito pelo Ver. Estilac Xavier, que foi um homem forte,
ilustre e que nos acompanhou naquela primeira batalha. Mas nos disse: vamos
caminhar, vamos lutar, e aqui nós estamos.
Eu
gostaria de também agradecer o apoio de todas as Associações de Bairro do eixo
Antônio de Carvalho - não é brinquedo, são mais de trezentas mil pessoas, em
vinte e nove anos formando cidadãos que constroem a nossa Cidade, o nosso
Estado.
Gostaria
de agradecer ao CPERS, que está ao nosso lado, caminhando junto. Estaremos
nesta semana buscando o apoio da Associação dos Servidores da UFRGS, da qual eu
faço parte; estaremos buscando a ADURGS também, que é a Associação dos
Professores dessa Universidade, que, inclusive, estão em greve, lutando por
dignidade, e nós buscamos um apoio político. Fomos até a UGES, a UBES e
conseguimos o apoio do Lions Clube Iguatemi e do Rotary Clube Iguatemi. Hoje,
nós viemos pedir o apoio de todos aqui, para que se sensibilizem e para que nos
acompanhem nesta caminhada, porque é muito importante.
Nós
estamos apreensivos, há um terrorismo diário na nossa escola, não se sabe se
amanhã haverá escola; há alunos se evadindo. O Governo do Estado ontem estava
reunido. Reuniu todas as classes sociais para construir uma nova filosofia do
Estado, fortalecendo a nossa população, e nós temos, de um outro lado, o
alicerce desmoronando, perdendo uma escola com mil e quinhentas crianças. Eu
tenho certeza de que este Governo não vai deixar acontecer isto, mas nós não
abriremos mão da nossa escola no eixo Antonio de Carvalho. Por quê? Porque eu
atendo a comunidade carente da Vila Cefer I, Cefer II, Ipê I, Ipê II, Brasília,
Vila Pinto, Lomba do Pinheiro - na qual a nossa ilustre Vereadora reside -, e
Viamão, pessoal.
Nós
estamos aqui pedindo, de corpo e alma, de dentro do coração, o engajamento
desta Casa, para fazer uma pressão política dentro do Governo, que, me parece,
entre aspas, está acontecendo alguma coisa lá dentro, que nós não conseguimos
chegar até a nossa Secretária de Educação, até o nosso Executivo. O que essa
população quer? Queremos o comprometimento para poder sentar, discutir e
construir juntos uma alternativa para poder chegar na nossa comunidade e
tranqüilizá-los. É só isso que nós pedimos. Não conseguimos. Assumimos o CPM -
Círculo de Pais e Mestres - da escola em dezembro, até hoje, estamos entrando
no mês nove, não conseguimos uma audiência para sentar e discutir uma coisa
básica, que é o alicerce do crescimento deste Estado: a nossa educação.
Vocês
desculpem a minha energia, eu tenho bastante energia para lutar pelos direitos
dos meus filhos e pela educação. Trabalho numa instituição da qual saiu, nesta
semana, uma pesquisa mostrando que é a primeira em pós-graduação no Brasil, que
é a nossa Universidade Federal do Rio Grande do Sul; faço parte dessa Casa,
construo junto com esse povo. Hoje eu venho lutar pela escola dos meus filhos
no eixo estadual. Se tiver de lutar no municipal, onde tiver de lutar,
estaremos lutando.
Agradeço,
mais uma vez, em especial quero pedir desculpas por não ter vindo de terno.
Muito obrigado. Boa luta para todos, pessoal! (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos o Sr. Rogério Fonseca Barbosa
a fazer parte da Mesa para acompanhar as manifestações regimentais das diversas
Bancadas que compõem a Casa.
Apregoamos
a Licença para Tratar de Interesses Particulares do Ver. Estilac Xavier na data
de hoje.
(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Estilac Xavier, e dada a posse à Suplente, conforme consta na Ata.)
Também, com a data de 31.08.01, o Ver. José Fortunati
solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares.
(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. José
Fortunati, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Carlos Alberto Garcia, representando o PSB, está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e
prezado Presidente Rogério Fonseca Barbosa: é com satisfação que esta Casa
acolhe a visita dos Senhores. Acompanho, de longa data, essa luta, desde a
época do Professor Rangel - e ele sempre na liderança junto à Escola mostrava
aquela preocupação.
O
senhor ressaltou muito bem o problema criado pela desapropriação e o impasse
com as Irmãs. É importante, também, salientar que o local que a comunidade
concordou, na época, foi privatizado pelo governo anterior. A CRT quer o valor
absurdo de 25 milhões pela área. Esses detalhes são importantes, assim como que
saibam que alguns esforços estão sendo feitos. Eu entendo que a Escola Jardim
Carvalho, num raio de 5Km, é a única escola estadual. Portanto, pode contar com
o apoio irrestrito da Bancada do PSB e, pessoalmente, deste Vereador, por ser o
Vereador da educação, porque entendemos e temos a convicção de que daquela
região o Gema Belia não vai sair.
Foi
importante os senhores ocuparem o espaço que a Tribuna Popular permite. Tenho a
certeza de que vocês, hoje, ouvirão de todas as bancadas aqui representadas o
apoio irrestrito. Mas as considerações do que foi feito no governo passado era
necessário dizer, porque esse caos está instalado, e as Irmãs com esse impasse
de não querer vender. Mas é imediato! O quanto antes deve ser resolvida essa
questão, porque a população do entorno já não agüenta mais esta ansiedade:
saber se vai ou não continuar na escola. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Marcelo Danéris, representando o
PT, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. Fernando Záchia,
Sr. Presidente Rogério Fonseca Barbosa, do Círculo de Pais e Mestres da Escola
Gema Angelina Belia; em nome da nossa Bancada, algumas informações para a luta
de vocês, a qual, como o senhor bem colocou, tem o apoio de alguns Vereadores
da nossa Bancada; estão solidários.
Primeiro,
como foi dito pelo Ver. Carlos Alberto Garcia, e por V. S.ª, foi um Decreto,
realizado pelo Governo Britto, que, no final, não foi cumprido. O Governo do
Estado, falo em nome da Bancada, aqui, está empenhado em resolver essa
situação.
Segundo,
a questão da audiência. A informação que tenho é de que houve um problema de
comunicação. Foi marcada a audiência, cujo recado foi recebido, por vocês, após
a data da audiência; houve um problema de comunicação entre o intermediário da
audiência e acabou sendo perdida a data, pois quando o pessoal ficou sabendo já
tinha passado o dia da audiência.
Para tanto, a Secretaria Estadual de Educação e a Casa
Civil do Governo do Estado estarão entrando em contato com os Senhores,
imediatamente, para a audiência. Terceira informação importante. O Governo está
em tratativas bem avançadas para adquirir uma área que, pelo processo, levando
em conta as questões judiciais e tudo o mais, é uma área mais barata, na região
próxima da Escola, com um terreno que possui o dobro do tamanho da Escola.
Então, também na audiência, serão debatidas as tratativas sobre essa área, que
já estão bem avançadas. Não quero colocar nada mais do que isso, porque cabe à
Secretaria de Educação.
Então,
quero encerrar, Sr. Presidente, dizendo que há todo o empenho do Partido dos
Trabalhadores e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul para resolver sobre a
permanência da Escola naquela área. O Governo do Estado vai garantir o seu
funcionamento até que tudo esteja tratado adequadamente, negociado e conversado
com a própria comunidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Cassiá Carpes, representando o
PTB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, eu busquei, nesta Casa,
a Moção de Apoio que data de 10 de junho de 1996, a qual a maioria da Bancada
do Partido dos Trabalhadores assinava, quando o Governador era Antônio Britto.
Estão aqui: José Valdir, o que assume hoje, Darci Campani, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Gérson Almeida e vários.
Então,
isso prova uma enrolação; quando o Governo era dos outros, se fazia moção;
agora, que estão no Governo, não recebem as categorias, não recebem os
Vereadores, não recebem os Deputados, para que possam resolver esse problema da
educação. Coincidentemente, hoje, muitos Vereadores do PT não apareceram. Não
aceito que, há mais de um mês, o colégio, a comunidade, estejam buscando essa
audiência com a Secretaria de Educação, aquela mesma que pedia 190% de aumento
e agora não recebe os professores, não recebe os alunos, não recebe a
comunidade. Vamos desmistificar essas mentiras que o Partido dos Trabalhadores
está apresentando à comunidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz, representando o PFL,
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, quero cumprimentar o Sr.
Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e Mestres da Escola
Estadual Gema Angelina Belia, pela comunicação feita, hoje, aqui, ao nosso
Plenário, pela energia que ele diz que tem, e ele demonstra, realmente, essa
energia, quando fala claramente para o Plenário sobre a luta que lidera,
infelizmente, até agora, sem resultado positivo.
Nós
queremos apenas lamentar, Sr. Rogério, que um Governo, que se diz popular, não
atenda à população, não receba as pessoas. Essa não é a primeira vez que nós
ouvimos essas queixas, é constante essa fuga dos dirigentes pertencentes ao
Partido dos Trabalhadores, não querendo atender à população, fugindo na hora de
assumir a responsabilidade, e sempre dando outras desculpas esfarrapadas para justificar
esse não-enfrentamento com a população na hora de se resolver problemas.
Esta
Casa, com certeza absoluta, não poderia fugir a isso, e estará ao lado do
senhor e deste povo todo que faz esta luta muito justa, porque, afinal de
contas, se todos nós entendemos que é através da educação que vamos conseguir
fazer com que esta sociedade possa ser uma sociedade melhor, não é justo que
exatamente, neste momento, uma escola que serve a uma região pobre de Porto
Alegre viva esse problema, viva essas indefinições, exatamente por causa de um
governo que apenas faz propaganda de ser popular, mas foge na hora de assumir
responsabilidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Ervino Besson, representando o
PDT, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do
Círculo de Pais e Mestres da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Gema Angelina, eu
falo em nome da Bancada do PDT, em meu nome e em nome dos Vereadores Nereu
D’Avila, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz e Humberto Goulart. Meu caro amigo
Rogério, V. S.ª sabe que o PDT tem uma longa história na luta da educação deste
País. Sou testemunha viva disso, pois fui alfabetizado em uma “escola
brizoleta”, e nós éramos onze alunos. E como o PDT vai-se omitir de estar junto
a essa comunidade, onde existem aproximadamente mil e cem alunos?
Portanto,
meu caro Rogério, pode contar com a colaboração da Bancada do PDT e, ao mesmo
tempo, quero cumprimentá-lo, estendendo esses cumprimentos a esses alunos e
alunas e a toda a equipe que veio a esta Casa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel, representando
o PPB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, dos Vereadores João Antonio
Dib, Pedro Américo Leal, Beto Moesch e deste Vereador, saúdo o Sr. Rogério
Fonseca Barbosa e toda a comunidade da Escola Gema Angelina.
Estive
pessoalmente no Colégio há uns três anos e lá fiquei a par do assunto. Vi que o
atual Governo não tem vontade política de cumprir o Decreto do Governo anterior
e encaminhar o pagamento da desapropriação. Essa é a verdade. Eu encaminhei uma
indicação ao Sr. Governador do Estado há mais de dois anos e até agora não
obtivemos resposta. A minha Bancada espanta-se que até agora um assunto tão importante
para Porto Alegre não tenha merecido, ao menos, uma audiência com a Sr.ª Lúcia
Camini, Secretária da Educação. Não se justificam, em hipótese nenhuma,
desacertos em data durante dois anos e meio. A verdade é que o atual Governo
não aceita a solução do Governo anterior, quer, simplesmente, ter a sua.
Deixo
aqui, Sr. Rogério, o apoio explícito da Bancada do Partido Progressista
Brasileiro a essa causa. Como membro da Comissão de Educação desta Casa,
solicito que esse assunto seja encaminhado a nossa Comissão para que seja
debatido e para que haja uma orientação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Paulo Brum, representando o PTB,
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome
da Bancada do PSDB, em nome do Ver. Antonio Hohlfeldt, cumprimentamos o Sr.
Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e Mestres da Escola
Estadual de 1º e 2º Graus Prof.ª Gema Angelina, alunos, professores e
comunidade que nos visitam nesta manhã. A nossa Bancada está solidária a essa
luta. Eu estranho a Liderança do PT, porque, quando essas questões chegam até
nós, culpam o Governo anterior. O que nos deixou surpreso é que, desta vez, não
culparam também o Governo Federal, porque, normalmente, tiram de suas costas a
responsabilidade, buscando um culpado no passado, nunca assumem as decisões
deste momento.
Deixo
bem claro que nós estamos juntos e que esta Casa buscará uma solução que atenda
à comunidade, os alunos, enfim, essa reivindicação que nos trazem. Seja
bem-vindos e boa sorte nesta luta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo, representando o
PMDB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, prezado Rogério, que, usando a Tribuna Popular,
faz um verdadeiro apelo à Casa do Povo, pedindo socorro. Nós queremos dizer que
a nossa luta aqui nesta Casa é sempre a favor da Cidade e da cidadania. Ser
oposição não é ser contra o Governo. Este Governo do Sr. Tarso FH Genro, juntamente com o Sr. Olívio
Dutra, tem um discurso de inclusão social, mas, na verdade, tem uma prática
completamente diferente. Quando estão na oposição é o movimento popular, é a
moção, ocupando todos os espaços; quando estão no Governo, viram as costas para
o povo, como o “diabo para a cruz”. Queremos não apenas registrar a nossa
solidariedade formal, mas achamos que esta Casa, através da sua presidência,
através das bancadas, precisa exteriorizar isso de forma mais forte. A verdade
é que há uma questão iminente para a retirada deste Colégio, numa zona pobre,
como a Zona Leste de Porto Alegre, e, evidentemente, o que está em jogo é a
vida das crianças, que precisam de estudo. Tenho certeza de que nesta Casa não
há Vereador de oposição ou de situação que pense diferente. Portanto, está na
hora de existir um gesto do Governo. Porque nós, legisladores, temos o poder da
cobrança, da fiscalização, da tribuna, e o Poder Executivo, que legitimamente
ganhou a eleição, evidentemente tem de corresponder a essas expectativas
populares.
Em
nome do Ver. Fernando Záchia e em nome da Ver.ª Clênia Maranhão, queremos dizer
que estaremos nos somando às outras bancadas, para uma atitude concreta a favor
de uma posição que venha em benefício da cidadania. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Raul Carrion, representando o PC
do B, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.
Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e Mestres da Escola
Estadual de 1º e 2º Graus Prof.ª Gema Angelina Belia, alunos, professores e
pais aqui presentes. Em 1996, quando eu era Vereador nesta Casa, participando
da Comissão de Educação estive em diversas reuniões na Escola Estadual Gema
Angelina Belia acompanhando este problema. Articulamos uma reunião com a então
Secretária de Educação Iara Wortmann, do PMDB - do Governo sustentado pelo PPB,
PTB, PSDB e PMDB -, e arrancamos dela o compromisso de desapropriar a área, ou
comprar uma área alternativa. Passaram-se dois ou três anos e o Governo Britto
nada fez. Assinou um Decreto mas não colocou recursos para executá-lo. Então,
se há incoerência, não é do atual Governo. O atual Governo herdou o problema.
Quero afirmar que estamos solidários com a comunidade. Estamos na luta com ela,
para buscar uma solução. Se houver problema para intermediar uma negociação,
podem nos chamar; não fomos chamados até agora, mas estamos nos colocando à
disposição. E ao que sabemos, a outra parte não está aceitando a desapropriação
e existe a possibilidade de áreas alternativas. Lutaremos com a comunidade para
que seja na região e contemple a comunidade.
Outra
coisa, assumimos o compromisso de lutar com toda a energia, que nem o
representante da comunidade. Aliás, estamos acompanhando a greve dos servidores
públicos federais, que o Governo Federal - do PSDB, do PMDB, do PPB, etc. -
mantém há sete anos sem aumento. Estamos à disposição para ajudar nessa luta e
impedir que se perca um único dia de aula por causa desse problema. Contem com
a nossa força e com a nossa energia também. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Havendo a manifestação de todas as
Bancadas que compõem esta Câmara, esta presidência queria dizer ao Sr. Rogério
Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e Mestres e a todos os alunos e pais que
aqui acompanham, que, independentemente de Partido, me parece bastante claro
que a preocupação desta Casa, e essa foi objetivamente a manifestação de todos
os Vereadores que aqui se manifestaram, é no sentido de que possamos,
utilizando a força política deste Parlamento, resolver de fato o problema da
desapropriação do terreno da Escola. Acho que este é objetivo de um Parlamento,
de uma Câmara Municipal: que possamos somar esforços aos atuais dirigentes, aos
atuais políticos, para resolver esse problema, que é antigo, mas é um problema da
Cidade de Porto Alegre.
Nós
agradecemos ao Sr. Rogério Fonseca Barbosa, Presidente do Círculo de Pais e
Mestres da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Prof.ª Gema Belia, e a todos os
alunos, pela presença. Agradecemos a todos vocês, pela presença.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 09h59min.)
O SR.
PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 10h01min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, faleceu em Porto Alegre,
e será sepultado em Ijuí, o ex-Deputado Federal Amaury Müller. Nesse sentido,
requeiro um minuto de silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães requer um minuto de
silêncio pelo falecimento do ex-Deputado Federal Amaury Müller. Evidentemente
que esta Casa, Ver. Elói Guimarães, hipoteca a solidariedade aos seus
familiares e aos seus amigos. Façamos então um minuto de silêncio em memória do
ex-Deputado Amaury Müller.
(É
feito um minuto de silêncio.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar
Tempo Especial, na forma do art. 94, § 1º, letra f, para que eu pudesse fazer
uma explicação sobre um volante que está sendo distribuído.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereador, para que possamos explicar a
todos os Vereadores aqui presentes: ontem foi distribuído nesta Casa um
panfleto onde constavam injustas críticas a V. Ex.ª; então, por isso entendemos
que, conforme o artigo 94, vai ser concedido por esta Presidência, após a
Comunicação de Líder do PSB, o Tempo Especial de até dez minutos para que V.
Ex.ª possa explicar isso a este Plenário.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
recebemos desde ontem a visita do Sr. Pedro Henrique Dias, Presidente da
Associação Nacional dos Administradores Hospitalares. Ele está visitando as
três Faculdades de Administração Hospitalar: a da Universidade Federal de
Pelotas, a da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e a do IMEC, o mais recente
curso de Administração Hospitalar do nosso Estado. Ao mesmo tempo, o
companheiro Pedro Henrique Dias, militante do PSB, fazendo essa jornada em todo
território nacional, nos deixou uma minuta de um Projeto de Lei que está
tramitando em Brasília, mas que ele gostaria que também começasse a tramitar
nos grandes municípios, e escolheu Porto Alegre para esse trabalho. Assunto:
que os centros de saúde e hospitais sejam administrados por profissionais com
curso superior, com habilitação em Administração Hospitalar. Entendemos que é
uma reivindicação justa, e vamos procurar, a partir de hoje, iniciar aqui nesta
Casa essa discussão.
Portanto,
Sr. Pedro Henrique, leve, em nome do Partido Socialista Brasileiro, os nossos
agradecimentos, porque entendemos que o gerenciamento deva ser realizado por
quem de direito, pois, assim sendo, há aprimoramentos, já que a pessoa se
vincula à área. O nosso Partido, dentro de alguns dias, entrará com um Projeto
de Lei nesse sentido aqui nesta Casa.
Queremos
ressaltar também que, em 1º de setembro de 1998, foi sancionada pelo Presidente
Fernando Henrique Cardoso a regulamentação do profissional de Educação Física.
Nós já temos uma Lei Municipal nesta Casa, aprovada em 1999, que determina que,
no dia 1º de setembro, seja comemorado o Dia do Profissional de Educação
Física. De bom grado, até como profissional de Educação Física e Coordenador da
Faculdade de Educação Física do IPA, quero lembrar, mais uma vez, que esses
milhares de profissionais de Porto Alegre, do nosso Estado e do País, estão altamente
identificados com a saúde, procurando fazer com que a população, de uma maneira
geral, tenha uma melhor qualidade de vida. A atividade física, orientada por
esses profissionais, permeia todas as faixas etárias, desde o nascimento até a
morte. E é por isso que conclamamos, cada vez mais, que essa profissão,
regulamentada recentemente, em um curto espaço de três anos, seja observada e
cuidada pela população, porque o que ela quer é mostrar a sua utilidade, o seu
valor, e lembrar que o que a Educação Física busca, cada vez mais, é a
qualidade de vida do povo. Em cima disso, no dia 1º e no dia 2, teremos
inúmeras atividades. No dia 2, uma caminhada, saindo do Conselho Regional de
Educação Física, na Rua José Bonifácio, em direção ao Brique da Redenção, onde teremos inúmeras atividades para
realizar junto à população de nossa Cidade e mostrar o que os profissionais de
Educação Física fazem em prol da saúde e da qualidade de vida do povo do Rio
Grande do Sul. Portanto, Senhoras e Senhores, mais uma vez, solicitamos que
todos se engajem nesse movimento em prol da saúde do povo porto-alegrense.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib solicita Tempo
Especial, conforme art. 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
sempre sou amigo, nunca sou inimigo. Mas eu tenho absoluta convicção de que eu
sou um adversário duro, duríssimo mesmo, quando resolvo ser adversário. E só o
faço quando é um assunto que eu entendo, senão eu escuto. Tentaram distribuir
na Casa, ontem, um panfleto que dizia: "Olha só o conchavo.” E eu diria
que se equivocaram no título, porque eu chamaria o panfleto de “Olha só a
burrice.”
Tenho
orgulho profundo de ser servidor público municipal. Sempre disse que sou
servidor público municipal por vocação, formação e convicção. Nunca hesitei em
trabalhar todas as horas do dia, reiteradas vezes, na busca de soluções para
esta Cidade. A minha folha de serviços está lá na Prefeitura. Sempre fui um
homem de atitude independente. Não hesitei; pedi demissão de cargos que
ocupava, quando eu poderia ser espezinhado. Mas, acima do interesse pessoal,
estava a dignidade, estava a honra, que não poderiam ser machucadas. Aqui está
um documento apócrifo, é verdade, assinado pelo Núcleo Municipário dos Safados,
pelo menos é assim que eu entendo, “ds” deve ser “dos safados.” E eu me
surpreendo e me frustro, porque imaginava que, dentre os municipários, meus
colegas, não havia safados. Mas é dos safados, sim, até porque a safadeza me
irrita profundamente, mas a incompetência somada à burrice, com pretensão à
sabedoria, com pretensão a sábio, me deixa mais bravo, mais adversário, mas
nunca inimigo. E fazem, no conchavo, no “Olha só a burrice”, ilações de que, no
ano que vem, eu seria o Presidente da Câmara, o que não é verdade, já está
atestada a burrice dos salafrários, dos safados que emitem esse documento; o
Prefeito Tarso Genro seria candidato a Governador, deixaria a Prefeitura; o
Vice-Prefeito, João Verle, seria candidato a Senador, deixaria a Prefeitura, e
eu, como Presidente da Câmara, assumiria a Prefeitura. Ora, ser salafrário, ser
safado até entendo, mas burro metido a sábio eu não posso aceitar. O Presidente
da Câmara para o próximo ano deve ser o Ver. José Fortunati. Mas agora preciso
dizer uma coisa: eu disse que eu sou um adversário duro, contundente, e a minha
ascendência é árabe, e os árabes criaram os números; em números, eu me considero
muito bom. Por favor, não me peçam explicações sobre números de quem não pode
explicar, não se acobertem sob o título de salafrários ou safados para tentar
agredir um Vereador que tem uma vida pública inatacável, e disso se orgulha. Eu
poderia ser um homem muito rico, não o sou, apenas dedicando-me a minha
profissão de engenheiro. Tive experiências exitosas como engenheiro, mas eu
gostava mesmo era de ser servidor público municipal, e o fiz com toda a
dedicação, com todo o carinho, respeitando todos os meus colegas servidores
municipais, acreditando que, dentre eles, não haveria salafrários, nem safados.
Hoje, que tristeza profunda tenho, sabendo que existem salafrários e safados
dentro da classe dos municipários. É verdade que devem ser muito poucos, porque
a grande maioria é séria, responsável, competente, e não faria uma análise da
burrice. Porque este Vereador se dirigiu ao Prefeito - sou Líder de uma Bancada
há treze anos, consecutivamente -, fui ao Prefeito para pedir pelos
municipários, ou seja, para que o Prefeito auxiliasse o Hospital da Associação
dos Funcionários Municipais, porque os Prefeitos Célio Marques Fernandes, Telmo
Thompsom Flores, Guilherme Socias Villela e João Antonio Dib o fizeram, não há
por que outros Prefeitos não fazerem a mesma coisa, agora que a AFM começa a
construir um anexo para atender melhor os municipários. Fui ao Prefeito pedir
que fizesse um laboratório farmacêutico para que os municipários pudessem
receber remédios e não mendigar, para que os munícipes não precisassem ir ao
Santa Marta e não encontrar remédio, e, aí, diziam eles que eu fazia um
conchavo, entendiam por que eu defendia a autarquia, no caso da previdência
municipal. Eu disse, desta tribuna, que analisei os documentos que me foram
colocados à mão; não me cabia buscar outras soluções, como, por exemplo, a
fundação que foi proposta depois, mas não estava nos autos. Analisei com a
mesma isenção, com a mesma tranqüilidade que eu dirigi Secretarias e dirigi
esta Prefeitura, com a porta aberta, não me escondendo de ninguém, ouvindo
todos, aceitando sugestões, mas eu não esperava que, dentre os municipários,
houvesse um núcleo de safados, de salafrários, porque foi assim que se
assinaram, tentando mostrar que seriam uma ala dos Partido dos Trabalhadores
reclamando o que eles chamaram de conchavo, mas eu tenho a absoluta convicção
de que é a pura burrice.
Mas,
servidores municipais, meus colegas que são corretos, eu não vou perder o
entusiasmo pelo trabalho, não vou esquecer a responsabilidade que tenho de
representar o povo desta Cidade, onde estão incluídos os meus colegas
municipários, eu não vou esquecer de que agi a vida inteira com correção, com
tranqüilidade, atendendo a todos os que me procuraram, nunca me omitindo,
sempre assumindo posições com convicção. Eu posso ter errado, sou humano, mas
se errei, eu voltei atrás e tentei acertar, mas nunca fiz conchavos. As pessoas
que me conhecem sabem que eu não sei ceder, que eu não sei negociar, porque
para mim só há o certo e o errado, e o que me entristece, profundamente, é que
existam municipários que façam a divulgação e que escrevam essa burrice, essa
demonstração de incompetência que eu não esperava encontrar nos municipários.
Eu
volto a dizer que tenho uma familiaridade com os números que é algo que me agrada
profundamente. Eu tenho demonstrado neste Plenário que os números para mim são
coisas fáceis de serem manuseadas. Eu perguntei aqui o que aconteceria com uma
entidade que guardasse 500 mil reais por mês durante 40 anos - teria um bilhão
de reais. Mas, na verdade, essa entidade talvez pudesse guardar 1 milhão de
reais, mensalmente, teria 2 bilhões de reais no tempo em que está previsto de
quarenta anos. Será que eu preciso continuar perguntando onde está o dinheiro?
Eu diria, servidores municipais, meus amigos, meus irmãos, agradeço o carinho
que sempre manifestaram por este seu colega, mas eu digo, mais uma vez, para
aqueles que assinaram “dos safados”, “dos salafrários”, que eu faço contas
muito bem. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, eu peço para fazer este esclarecimento, porque o
panfleto que foi distribuído na nossa Casa, desde ontem, é uma prática
absolutamente condenável, porque utiliza a sigla, a imagem, o nome do Partido
dos Trabalhadores para fazer um ataque ao nosso Prefeito Tarso Genro, ao nosso
Governo, à figura do Ver. João Antonio Dib, que é um Vereador de oposição com
quem nós temos as nossas diferenças, que são públicas e conhecidas pela Cidade,
mas que nós respeitamos profundamente pela seriedade do seu trabalho aqui
dentro. Nós temos a compreensão de que um processo como este não pode, em
absoluto, passar em branco. Nós temos de fazer o registro, o protesto. Isso aqui
(mostrando o panfleto) é uma prática criminosa, é a prática de quem não
expressa publicamente as suas posições, de quem não enfrenta os seus
adversários publicamente nas arenas, nos espaços que têm que enfrentar, e de
quem só pode defender interesses escusos, porque essa é uma prática escusa. Nós
queremos afirmar ao Ver. João Antonio Dib: o respeito que nós temos é público e
são públicas, aqui, dentro desta Casa, as relações que nós mantemos com as
bancadas de oposição, com as lideranças de oposição, particularmente o Ver.
João Antonio Dib. Isso não faz parte do método e nem da filosofia do Partido
dos Trabalhadores. O que nós temos que dizer, nós dizemos na tribuna, nós
reafirmamos a nossa ação aqui dentro.
Portanto,
nós estamos condenando este processo que nós não podemos endossar e estamos
reafirmando que nós queremos fazer uma apuração, uma sindicância para
averiguarmos quem fez este processo, porque nós não podemos passar a mão por
cima. Hoje, foi o Partido dos Trabalhadores. Amanhã, poderá ser uma outra
bancada. De qualquer forma, é um procedimento condenável que nós não podemos
abrigar na Câmara de Vereadores. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Obrigado, Ver.ª Helena Bonumá, mas esta
Presidência lhe assegura que não tem competência para fazer nenhuma sindicância
porque isto estava sendo distribuído no Centro da Cidade, e também aqui, na
Câmara, quando foi devidamente impedido, pelo Setor de Segurança, que pudesse
ser distribuído aqui. O fato e o foco de distribuição foi no Centro da Cidade,
então, fora da alçada da Câmara Municipal.
Passamos às
COMUNICAÇÕES
A Ver.ª Berna Menezes está com a palavra, por cessão de
tempo do Ver. José Fortunati, que está em licença para tratar de interesses
particulares.
A SRA. BERNA MENEZES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e público
de Porto Alegre que nos assiste através da TV Câmara. Senhores, hoje, nós
estamos aqui, estou como Vereadora, mas também como dirigente da greve da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e das universidades brasileiras. Os
técnicos-administrativos da Universidade, assim como o funcionalismo federal,
em nível nacional, têm sofrido e têm sido vítima de um Governo que abre mão da
sua obrigação de garantir à população os serviços públicos de qualidade, em
prol de grandes grupos econômicos que já vêm ocupando outros setores
importantes na nossa economia. As universidades brasileiras são em quarenta e
cinco, já, hoje em greve, e vêm reivindicar deste Governo não um aumento
salarial - nós estamos há sete anos sem aumento -, mas nós queremos ganhar o
que nós ganhávamos em 95. Nós não estamos pedindo um centavo a mais do que nós
ganhávamos em 95. Nós queremos o dinheiro que, nestes sete anos, sem reajustes,
foi tirado do funcionalismo federal. Como se não bastassem estes sete anos sem
reajustes, e cinqüenta e sete direitos perdidos, entre eles o Fundo de
Garantia, que nós, federais, não temos mais - horas extras, qüinqüênios, etc.
-, o Governo Federal, através do Ministério da Educação, publicou uma medida
provisória, mais uma, das diversas com as quais ele governa este País, que
reduz, retira do funcionalismo das universidades cerca de 160% sobre o nosso
salário básico, que era uma gratificação que nós recebíamos há mais de nove
anos.
Nós,
então, hoje, estamos paralisados, e é uma das greves mais fortes que já tivemos
em nível nacional nesses últimos dez anos, justamente porque nós não estamos
brigando por aumento salarial, estamos brigando para, nada mais, nada menos,
ganhar o que nós ganhávamos no início desse ano. Nós estamos lutando, nada
mais, nada menos, para ganhar o que ganhávamos em 97. Quando o Governo diz que
75,48% é muito, que esse caminho pode nos levar à situação em que se encontra
hoje a Argentina; eu quero dizer aqui, Sr.as Vereadoras e Srs.
Vereadores, que a nossa situação é insustentável, que levar à situação da
Argentina é a política que o Governo tem encaminhado hoje para o País, que é o
mesmo modelo que foi aplicado não por De La Rúa, mas pelos governos anteriores,
como Menem, que arrebentou o país. E esta Câmara, pela importância política que
tem, deve-se posicionar sobre esses acontecimentos nacionais.
E
eu não quero-me desviar, como é colocado sempre aqui, dos assuntos que têm a
ver com o Município, porque a Universidade Federal do Rio Grande do Sul não só
tem a ver com o desenvolvimento desta Capital, como V. Ex.as devem
ter visto recentemente o resultado da CAPES, que avalia os cursos de
pós-graduação em nível nacional, onde a UFRGS foi uma das primeiras colocadas,
mas como ela também tem a ver com o desenvolvimento do próprio Município, pois
existem inúmeros acordos e convênios por meio dos quais essa Universidade
presta serviços a esta Cidade. Então, não estamos desviando do assunto, estamos
tratando de um assunto profundo e sério sobre a nossa Cidade e sobre o nosso
País. O Governo está equivocado quando diz que nós estamos indo à situação da
Argentina, quando queremos aumento de 75%. A Argentina não só está afundada,
como segue cobrando do seu funcionalismo público a política e a crise pela qual
passa.
Por
isso nós vimos aqui colocar este protesto, e mais, além de denunciar a situação
em que nos encontramos, queremos dizer que a nossa luta é também pela
universidade pública. Porque a UFRGS, um exemplo nosso, que é uma das grandes
universidades em nível nacional, passou de quarenta e três cursos de graduação
para sessenta e um cursos; de quarenta e dois para sessenta e dois cursos de
mestrado e de dezessete para quarenta e sete cursos de doutorado. A
Universidade, através do seu curso de Biotecnologia, está participando hoje,
com destaque, do Projeto Genoma brasileiro, onde estamos participando também de
inúmeras pesquisas, em nível nacional, de relevante importância para a ciência
no Brasil. Nós, nesse mesmo período, perdemos quase 10% dos docentes e 25% dos
nossos servidores. No entanto, nesse período, nós perdemos 19% dos recursos
para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nós estamos tentando, através
do esforço desta comunidade, manter a qualidade que a UFRGS tem tido e os
serviços que tem prestado não só à comunidade de Porto Alegre, mas ao Rio
Grande do Sul e ao nosso País. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Registro que estou recebendo da ABRASCAM
um trabalho sobre as legislações federais e outras matérias do interesse do
Município, que estão sendo entregues a todos os Vereadores da Casa, já que,
nesta data e nesta ocasião, a ABRASCAM está fazendo, na Avenida Clébio Sória,
uma demonstração sobre CDs. O material está sendo distribuído gratuitamente aos
associados da ABRASCAM. Estão presentes aqui os Auditores do Tribunal de Contas
do Estado, Dr. Jáder Cavalheiro, Dr. José Carlos Melo e o Dr. Édson Melo.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. São tão raros os espaços para a intervenção de
Vereador que não seja líder, nesta Casa, e hoje eu vim aqui para tratar de um
assunto da maior importância para toda a Cidade: refiro-me à questão de uma
proposta de alteração que virá para esta Casa com relação às estações de
radiobase de telefonia celular. É uma matéria que, de uma forma exemplar, a
cidadania de Porto Alegre, provocando o Poder Público Municipal, vai fazer com
que tenhamos uma legislação ainda mais qualificada.
Com
referência aos ataques rebaixados, à nota apócrifa que foi entregue aqui no
Plenário - e eu acho, sim, que deveria haver uma sindicância - contra a figura
do nosso colega Ver. João Antonio Dib, contra a figura a do Prefeito Tarso
Genro, e usando a sigla do Partido dos Trabalhadores, infelizmente me retiram
da temática que eu gostaria de tratar nesta Casa. Bem, há, Ver. Humberto
Goulart, um informe publicitário, que foi hoje juntado ao matutino Correio do Povo, da lavra do Montepio
dos Funcionários do Município de Porto Alegre, que diz: “Diga não à autarquia.”
Eu poderia dizer: “Diga não à corrupção”, porque é isso que faz a atual Direção
Executiva do Montepio. “Diga não à corrupção”, “Diga sim à fiscalização de
recursos públicos”. Nós tivemos, aqui, uma CPI, a Direção Executiva do Montepio
se recusou a comparecer, só veio aqui o seu Presidente, que esteve em lugar
incerto e não sabido durante a CPI, tanto que o Presidente, na época, João
Motta, obrigou-se a propor uma medida cautelar, pedindo Mandado de Condução
para que aquele dirigente comparecesse e prestasse contas ao Poder Legislativo.
Os Oficiais de Justiça não o encontraram, o Presidente do Montepio estava em
lugar incerto e não sabido. Isso foi dito, aqui, pelos Oficiais de Justiça.
Depois, veio trazer, aqui, uma liminar muito esquisita, que estou, inclusive -
digo pela primeira vez -, denunciando na Corregedoria do Tribunal de Justiça,
que diz que o Montepio não recebia recursos públicos, que era uma entidade
privada e que não poderia ser fiscalizado. Esse mérito foi julgado em uma ação
na 4ª Vara da Fazenda Pública, e a Dr.ª Maria Helena Schmidt, titular da 4ª
Vara, enfrentou o mérito do mandado de segurança e disse: “Sim, recebe, sim,
recursos públicos, tem de prestar contas ao Poder Legislativo, ao Tribunal de
Contas e ao Ministério Público.” Existe, hoje, tramitando no Ministério
Público, o inquérito civil sigiloso e já há, Srs. Vereadores, quebra de sigilo,
determinado pela Justiça para apurar essas irregularidades. Essa entidade,
gastando, dilapidando o patrimônio dos servidores, em carta no jornal, para
todo o Estado, faz esse material dizendo, de novo, mentiras, porque diz que tem
um hotel em Torres! Não tem nada! Tem 10% de um hotel que comprou pelo mesmo
preço de quem comprou seis meses antes, pagou o mesmo valor e vem dizer que tem
hotel, e vem dizer que tem sistema integrado de saúde e assistência. Entregou
16 milhões de reais para corretores nacionais, internacionais, localizados em
Buenos Aires, e dou o nome: NIORD. Isso está nos autos da CPI. Está no meu
voto. Quero informar que entraram com uma ação judicial contra mim, e eu tinha,
Sr. Presidente, em conformidade com o art. 29, inciso VIII, da Constituição
Federal, imunidade parlamentar, porque um Vereador, um Deputado, um Senador não
pode ser criticado por suas opiniões, palavras e votos. Eu abri mão da minha
imunidade, eu fui na polícia e disse o que eu tinha dito, entreguei o meu voto
e reafirmei o que eu disse. Não retiro uma vírgula. Fui na polícia e não
precisava ir! Quer dizer, este Vereador, que presidiu a CPI, que apurou compras
super faturadas, diárias de até 100%, que provou, por documentos, que pagaram
dezesseis milhões a agentes localizados em Buenos Aires, talvez em São
Francisco da Califórnia, em Lisboa, Portugal, teve de ir à polícia prestar
depoimento! Eu não precisava ir, mas fui e irei quantas vezes for preciso! Mas
arrepia qualquer um receber um material como esse, gastando, dilapidando
recursos públicos! “Diga não à corrupção; diga sim à fiscalização.” Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, senhores e senhores, sempre tenho dito aqui que o meu amigo Ver.
Juarez Pinheiro, na minha opinião, é um excelente jurista, mas, quando ele vem
destemperado à tribuna, acaba cometendo alguns equívocos que podem, de
repente...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Juarez Pinheiro.)
O SR. LUIZ BRAZ: Não! Não é ofensa a V. Ex.ª, eu estou só dizendo o que aconteceu. Mas V.
Ex.ª acaba dizendo algumas coisas que podem formar mal a opinião pública. O que
vai acontecer com o que foi aprovado aqui nesta Casa, o referendo, que vai
possibilitar que os funcionários públicos do Município opinem, se querem que
essa lei entre em ação, em vigor, ou não, se os funcionários querem a autarquia
ou não, não é exatamente aquilo que o Ver. Juarez Pinheiro pode ter passado,
através das suas palavras, ao público. E por isso que eu chamei de estender, Ver.
Juarez Pinheiro, não para criticar V. Ex.ª, mas é exatamente pelo sentido das
palavras que foram passadas para as pessoas. Na verdade, nós não aprovamos aqui
nesta Casa um plebiscito. Ninguém, na verdade, aprovou que os funcionários vão
votar se querem a autarquia ou se querem o Montepio. O que vai existir nessa
votação dos funcionários públicos é, exatamente, se os funcionários desejam ou
não a autarquia. A autarquia seria a previdência pública que boa parte desta
Casa acabou aprovando. Votei contrário a este Projeto que o Governo colocou
aqui, referendado pelo meu amigo Ver. João Antonio Dib, porque são maus os
exemplos que nós temos de previdência pública no País. Temos o INSS, o IPE; os
funcionários públicos do Estado do Rio Grande do Sul estão hoje – tenho certeza
– arrependidíssimos de terem votado no PT, porque o IPE está cobrando deles uma
quantia que eles não esperavam ter de despender para poder manter a sua
previdência...
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Luiz Braz, eu gostaria que ficasse claro que eu fui o Vereador
escolhido para emitir um parecer e esse Parecer foi aprovado pelas Comissões
por 20 votos contra 6 e, no Plenário, por 28 votos contra 5. Só tinha o Parecer
da matéria que me foi colocada nas mãos.
O SR. LUIZ BRAZ: Está correto! Mas a única coisa que
quero deixar bem claro é que não quis ofender o Ver. Juarez, quando vim aqui e
usei a palavra “destemperado”. Talvez ela não tenha sido bem utilizada, mas eu
só quis dizer que o que os funcionários vão fazer não é votar de forma
plebiscitária, eles não vão escolher entre uma coisa ou outra. O que eles vão
escolher é se, realmente, para o seu futuro, eles querem essa legislação que
foi aprovada por esta Câmara, que foi de acordo com a idéia apresentada pelo
Prefeito Municipal, que foi trabalhada através de algumas emendas desta Casa e
que acabou dando para os funcionários públicos do Município uma autarquia, quer
dizer, uma previdência pública para reger, agora, o seu futuro. Eu temo pelo futuro
dos funcionários públicos do Município, se realmente eles vão passar por
dissabores como estão passando hoje os funcionários públicos do Estado, com o
problema do IPE. Se, realmente, os Vereadores do PT são sinceros em sua ira
contra o Poder Público e contra o despreparo de alguns administradores, eu
gostaria que falassem sobre o problema do IPE, os 17% que está sendo tomado dos
funcionários públicos do Estado. Mas eu não ouço, realmente eles não falam
sobre essas matérias, e seria um bom debate para fazermos aqui nesta Casa
também porque poderia embasar o pensamento dos funcionários públicos municipais
com relação à Previdência do Município.
Mas
quero deixar claro que não é um plebiscito que irá ocorrer, e sim um referendo
que vai ser colocado agora em prática, através da legislação que foi aprovada
aqui nesta Casa. Muito obrigado!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em
Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria
hoje trazer para o conhecimento de todos o Seminário de Reforma Urbana e
Habitação que a CUTHAB - Comissão que eu tenho a honra de presidir - estará
realizando neste mês de setembro. Já há algum tempo, eu havia feito uma
primeira referência ao mesmo, nesta tribuna; mas temos, agora, o Seminário
praticamente aprovado pela Casa, com todos os nomes definidos. E, pela
importância da temática, é importante que o conjunto dos Vereadores tomem
conhecimento, inclusive, vendo da possibilidade de acompanhar ou indicar
pessoas interessadas, do seu conhecimento. O seminário é uma promoção da CUTHAB
e conta com a co-promoção da Secretaria Especial de Habitação do Estado, o
DEMHAB, a Secretaria de Planejamento do Município, a Comissão de Moradia e
Habitação Popular da Assembléia Legislativa, o Ministério Público, a UAMPA, o
Conselho do Orçamento Participativo, o Conselho Municipal de Acesso a Terra e
Habitação, a Central Única dos Trabalhadores, o Instituto de Arquitetos do
Brasil, o SINDUSCON, a OAB, a Caixa Econômica Federal, o CREA, o Sindicato de
Arquitetos do Rio Grande do Sul e o FUNPLATA.
O
desenrolar desse Seminário será em dois dias, iniciando numa quarta-feira à
noite, no dia 26, a última quarta-feira do mês do setembro. Teremos a abertura,
seguida de um painel que fará um diagnóstico da realidade habitacional e
urbana. O nome desse painel será “A problemática urbana e habitacional nos dias
de hoje”. Teremos a presença do arquiteto Mariano Arana, que é o Prefeito de
Montevidéu, Uruguai; teremos o Diretor do DEMHAB, Carlos Pestana; o Secretário
Ari Vanazi, da Secretaria de Habitação do Estado; o Dr. Paulo Nérgio Boeira de
Oliveira, da Caixa Econômica Federal. Esse debate será mediado, coordenado pelo
Ver. Sebastião Melo, Vice-Presidente da CUTHAB.
No
dia seguinte, na quinta-feira, dia 27, às 9h, trataremos do “Planejamento
Urbano, Participação Popular e Mercado Imobiliário”. Examinando tanto a
intervenção do Estado nessa questão, como a participação da população e do
próprio empresariado, via mercado imobiliário.
Serão
debatedores o Secretário João Motta, da SPM; o Urbanista e ex-Vereador Lauro
Hagemann; um representante do Orçamento Participativo - ainda não indicado - e
o Economista Marco Túlio Kalil Ferreiro, do SINDUSCON. Esse debate será mediado
pelo Ver. José Fortunati, também da CUTHAB.
O
terceiro painel será na quinta-feira, às 14 horas, e será dedicado a esclarecer
“O Significado do Estatuto da Cidade”. Teremos o Urbanista e Deputado Federal
Clovis Ilgenfritz, ex-Vereador desta Casa, estudioso da questão urbana; o Dr.
Jaques Alfonsín, conhecido Advogado da área urbana, da área da habitação, e da
ONG “Acesso”; o Arquiteto Francisco Danilo Mendes Landó, Presidente do IAB do
Rio Grande do Sul; o Sr. Leodomar Duarte, Presidente da União das Associações
de Moradores de Porto Alegre. Este debate será mediado pelo Ver. Paulo Brum, da
CUTHAB.
Por
fim, teremos o encerramento, no dia 27, quinta-feira, às 19 horas, sendo que o
tema será “A Implementação da Reforma Urbana”; ou seja, com a legislação já
existente, com o novo Estatuto da Cidade, como é possível efetivar uma profunda
reforma urbana em nosso País. Este debate terá a presença do Deputado Federal
Inácio Arruda, que foi o Relator do Estatuto da Cidade na Comissão de Mérito do
Congresso Nacional; do Dr. Tarso Genro, Prefeito de Porto Alegre; do Dr.
Heriberto Roos Maciel; do Ministério Público e do Sr. Luís Berres, Presidente
do COMATHAB. Como mediador terá este Vereador, que ocupa a tribuna.
Desde
já, convidamos a todos os Vereadores da Casa, a população em geral, que nos
assiste, as lideranças comunitárias, e faremos uma ampla divulgação na Cidade.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra
em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem aqui e nos assistem
também pela TV Câmara, esta foi uma semana muito especial para a Cidade de
Porto Alegre, e mais especial ainda para os Conselhos Tutelares, porque veio à
tona uma série de discussões, provocadas pelo meu companheiro de Bancada Adeli
Sell, sobre a atribuição do Conselho Tutelar, trazendo um grande esclarecimento
para as pessoas, para o cidadão, para a cidadã da cidade de Porto Alegre.
Também
está ocorrendo o 7º Encontro Estadual dos Conselhos Tutelares, que iniciou
ontem, hoje e amanhã serão concluídos os trabalhos, na cidade de Novo Hamburgo.
É um congresso importante que delibera sobre todas as atribuições dos Conselheiros
Tutelares do Estado do Rio Grande do Sul. Eu não poderia-me furtar de estar
nesta tribuna falando sobre este tema, haja vista a polêmica criada acerca das
atribuições dos Conselhos Tutelares na cidade de Porto Alegre. Em termos, eu
concordo com as colocações do Ver. Adeli Sell e também concordo com os
Conselheiros Tutelares, principalmente com a Coordenação dos Conselhos
Tutelares da Cidade em relação às suas atribuições. Eu subi a esta tribuna
várias vezes e esclareci qual a atribuição, principalmente referente à questão
das crianças e adolescentes nas ruas da cidade de Porto Alegre. Este ano, o
Poder Público Municipal potencializou essa questão, e a FASC viabilizou a
criação de uma equipe de educadores sociais de rua, o que é fundamental para a
nossa Cidade. Quem faz a primeira abordagem às crianças, aos meninos e às
meninas, nas ruas da Cidade, não é o Conselheiro Tutelar, mas uma equipe
especializada que trabalha, que está inteirada sobre a sua educação social, que
tem como abordar, que tem como chegar na criança e fazer o resgate da sua
história. A partir disso, essa criança é levada ao Conselheiro Tutelar e aí,
sim, a atuação do Conselho Tutelar passa a ser feita em cima dessas
circunstâncias. Isso é bem importante que fique claro. Os diversos programas de
rádio, o da televisão, do qual o Ver. Adeli Sell participou, foram de uma
contribuição muito importante para a Cidade, porque pôde haver esse
esclarecimento. Todos nós temos a idéia de que o Conselheiro é que tem que
fazer a abordagem de rua, o Conselheiro é que tem que ir até àquela criança que
está nas sinaleiras ou que está nas ruas da Cidade, por diversos problemas,
para resgatá-la. Hoje a Prefeitura de Porto Alegre, com todas as dificuldades
que tem, com relação à infra-estrutura dos Conselhos Tutelares, está
priorizando essa questão, quando cria uma equipe de educadores sociais de rua
que fazem essa abordagem e que têm toda uma continuidade de trabalho no resgate
da história de vida dessas crianças. É fundamental que tenhamos muito presente
isso. Eu vejo com grata satisfação que essa discussão que eu trouxe no início
desse mandato para esta Casa está repercutindo entre todos os Vereadores. Eu li
uma nota do Ver. Sebastião Melo, no jornal Correio
do Povo, dizendo da preocupação com os Conselhos Tutelares. Eu fico muito
satisfeita que essa discussão esteja realmente sendo feita nesta Casa e que
seja levada a termo por todos nós. Por isso a proposta de criação de uma
Comissão Permanente que trate da discussão da criança e do adolescente, nesta Casa,
cujo Projeto de Lei que encaminhei para avaliação dos nobres Pares; essa
Comissão irá tratar, quotidianamente, dos problemas relacionados às crianças e
adolescentes da nossa Cidade. Vejo, com muita satisfação, que os Vereadores
desta Casa estão preocupados com a questão da criança e do adolescente e não
apenas em abordar os problemas que aparecem esporadicamente; estão também
preocupados em abordá-los de uma forma mais sistemática neste Parlamento.
Queria
dizer, também, que o processo eleitoral dos Conselhos Tutelares já iniciou. No
dia 30 de setembro haverá eleição. Nós temos oito Conselhos Tutelares em Porto
Alegre e poderemos eleger em cada região cinco Conselheiros Tutelares. É
fundamental a participação da comunidade. Esta Casa tem responsabilidade sobre
essa eleição, haja vista que aprovou projetos de lei que criaram o Conselho
Municipal dos Direitos da Criança, o Conselho Tutelar, e, também, que trabalhou
toda a questão do processo eleitoral dos Conselheiros.
Concluindo,
eu queria dizer que nós vamos continuar trazendo essa discussão para esta Casa
com muita alegria. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Maristela Maffei está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje me preparei para tratar de um tema que quero
comunicar com muita alegria. Porto Alegre é a primeira Capital do Brasil que
sancionou a rotulação de 100% dos produtos transgênicos no nosso País. Porto
Alegre, novamente, em primeiro lugar, buscando a qualidade de vida necessária.
É claro que, agora, com a questão da regulamentação, vamos ter de buscar todos
os esforços - temos aqui a companheira Ver.ª Helena Bonumá, que tem uma
bandeira de luta, de anos, nessa áreas -, temos de buscar, também, a defesa do
consumidor, todos os organismos que tratam dessa matéria, enfim, para que se
possa colocá-la em prática, pois, enquanto não estivermos livres dos
transgênicos, que nós possamos dar, ao menos, informações sobre esses componentes
nos alimentos, para possibilitar aos consumidores o direito de optarem se
querem ou não se alimentar com esses produtos.
Mas,
falando em transgênicos, eu não poderia deixar de trazer à tona uma discussão
que tivemos na Casa ontem. Tivemos uma Audiência Pública, que foi presidida
pelo Vereador-Presidente da Comissão dos Direitos Humanos, João Bosco Vaz, da
qual fazem parte a Ver.ª Helena Bonumá, esta Vereadora, o Ver. Almerindo Filho
e o Ver. Cassiá Carpes.
Nós
temos recebido nesta Casa milhares de reclamações pertinentes à Brasil Telecom,
à CRT, sobre os inúmeros problemas que a privatização dessa área tem trazido a
nossa comunidade. E é flagrante a irresponsabilidade. E o que mais nos deixa
atônitos, e o que a maioria de V. Ex.as não sabem, é que essa
privatização foi financiada pelo BNDES. Um banco estatal, um banco brasileiro,
que deveria estar, sim... E, aliás, tem de ser dito aqui, foram cortados todos
os investimentos para a população de baixa renda, na questão da habitação, para
o saneamento básico e para a estrutura. Enquanto isso, nós estamos financiando
a privatização dessa vergonha, dessa picaretagem. Temos uma (expressão
retirada) instalada no nosso País, uma (expressão retirada), inclusive dentro
do Governo Federal, que respalda esse tipo de política. Na verdade, senhoras e
senhores, o dinheiro do BNDES não foi revertido para as telecomunicações.
Temos, hoje, uma catástrofe; temos problemas seriíssimos nessa área.
Queremos
passar a todos os Srs. Vereadores o relatório que recebemos ontem. E aqui está
o Ver. Almerindo Filho, que também fez parte da discussão, veja o caos que se
instalou neste País, aqui no Estado, em relação à questão das telecomunicações.
E aí não dá para entender alguns posicionamentos aqui: há parlamentares, há
Excelências nesta Casa que acho que, às vezes, são como técnicos de futebol,
porque vão conforme o jogo, fazem um discurso, mas, na prática, no Governo
Federal, e no governo anterior, também respaldavam essa (expressão retirada)
que se instalou neste País. Pode ser que não haja responsabilidade direta, mas,
então, têm de achar um lugar certo onde deveriam estar e não virem aqui com um
discurso de esquerda, mas, na prática, dando respaldo à direita destruidora
deste País. É verdade que, às vezes – não é, Ver. Ervino Besson? -, parece que
radicalizamos demais. Mas é difícil ficarmos passivos quando se vê que essas
práticas, no seu revés, trazem a destruição da humanidade.
Aqui,
eu ouvi discursos, hoje pela manhã, de pessoas ligadas a partidos que ajudam a
destruir no dia-a-dia o problema da educação; que fizeram da educação deste
País uma mercadoria.
Em
Porto Alegre, na região onde eu moro, na Lomba do Pinheiro, com quase oitenta
mil moradores, nós nunca tivemos um colégio de 2º Grau. Há dois anos,
conquistamos, no Orçamento Participativo, a construção de um colégio de 2º
Grau, o Rafaela Remião. O Pedro Pereira, na Agronomia, transformou-se em um
colégio de 2º Grau. E o Gema Belia é uma luta daquela comunidade...
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O seu tempo se esgotou, Vereadora.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Vou terminar, Vereador. O Gema Belia foi
fruto de uma luta daquela comunidade e não do proselitismo de algumas pessoas,
porque o Governador Olívio Dutra...
(Som
cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu adverti V. Ex.ª de que seu tempo
havia-se esgotado.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Ex.ª sempre tem
presidido muito bem as reuniões, e nunca havia tomado a iniciativa de tirar a
palavra do orador que passa do tempo. Mas respeito V. Ex.ª por estar dentro do
Regimento. Solicito que, a partir de agora, em todos os momentos, V. Ex.ª adote
esse comportamento. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): V. Ex.ª pode ficar certa de que nunca
cometerei distinção entre os Vereadores. A Vereadora, só após um minuto além do
seu pronunciamento, teve o tempo cortado, como fiz, inclusive, com o meu colega
de Bancada, o Ver. Luiz Braz, quando excedeu o tempo.
V.
Ex.ª pode concluir, Vereadora Maristela Maffei.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Muito obrigada, Sr. Presidente, pela
tolerância. Eu gostaria de dizer que vou continuar discorrendo sobre esses
temas. Nesta tribuna, às vezes, a tolerância é para as pessoas que querem ouvir
o que gostam. Mas haverá outro tempo para continuar, porque eu tenho esta
postura, fui eleita por esta postura, e não me deixo amedrontar por
determinadas posturas de pessoas que gostam de tirar a voz da verdade e da
democracia. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ver.ª Maristela Maffei, V. Ex.ª, quando
tiver o seu tempo regimental, use-o como julgar conveniente.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do
Ver. Nereu D’Avila.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje, é
um dia muito feliz, não só para este Vereador como para os demais Vereadores e
Vereadoras que compõem a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.
Ontem, fizemos, com grande sucesso, nesta Casa, neste Plenário, uma Audiência
Pública para tratar de inúmeros assuntos e denúncias relacionadas à CRT Brasil
Telecom, à Telefônica Celular e à Claro Digital. Por esta tribuna passaram
representantes do Sindicato dos Telefônicos, da ANATEL, representantes da
ANATELCOM, Associação Nacional dos Usuários, simplesmente, usuários, Vereadores
e constatamos a situação de precariedade em que a CRT Brasil Telecom está
colocando os usuários.
Com
referência às denúncias aqui apresentadas, entre elas, mais de um milhão de
usuários não recebem suas ações porque a CRT Brasil Telecom simplesmente diz
que não tem como repassá-las. Em sete anos, a conta telefônica subiu 3.200%, e
mais: tão logo foi feita a privatização, a ficha telefônica, utilizada pelo
povo pobre que não tem o seu telefone, com a qual se podia falar três minutos,
passou para dois minutos, e aumentou 33,3%, fora a terceirização, fora o
trabalho precário, fora as demissões. E essa empresa multinacional ainda teve a
cara-de-pau de mandar para esta Comissão ontem, quando nos preparávamos para
fazer a Audiência, um Pedido de Suspensão da Audiência, alegando que a Comissão
não tinha competência. Isso é um absurdo, Ver. Juarez Pinheiro, mas como que a
Casa do Povo, como que uma Comissão de Direitos do Consumidor não tem
competência para examinar situações que interessam ao bem público e à
população?! Democraticamente, coloquei esse pedido em votação, e todos os
membros da Comissão votaram contrários ao pedido, e foi mantida a Audiência
Pública.
Esse
assunto não se esgotou ontem, porque a própria ANATEL (Agência Nacional de
Telecomunicações), que controla esses serviços e que esteve aqui representada
por dois funcionários, dois assessores, em momento algum, ao utilizar esta
tribuna, rebateu qualquer uma das acusações graves. O povo gaúcho está sendo
roubado, espoliado e explorado por essa empresa que acha que tem o poder de
calar a voz desta Casa. E nós, da Comissão, tomamos a posição de que o assunto
não vai se esgotar, nós vamos adiante, se possível for, porque a CRT Brasil
Telecom continua com a concessão pública, continua ganhando dinheiro público,
mais de um bilhão de reais de financiamento do BNDES.
Nós
estamos consultando a Procuradoria desta Casa para ver se é possível se fazer
uma CPI, porque, em nível estadual e federal não se faz, e o povo continua a
ser roubado. Se for possível, vamos fazer a CPI nesta Casa e teremos
assinaturas para tal. Se não for possível a CPI, nós vamos ao Ministério
Público e à Delegacia, com todas as denúncias. O povo gaúcho está sendo roubado
e espoliado por essa empresa, Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Mesa apregoa a Emenda nº 01 ao Projeto
de Resolução nº 030/01, Proc. nº 1454/01, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
inclui Parágrafo Único no art. 95 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de
1992, de alterações posteriores, com o seguinte teor: “Parágrafo Único – A
Moção não votada em quinze dias, contada da data da sua primeira inclusão para
votação, será automaticamente arquivada”.
O
Ver. Paulo Brum está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
quero pedir a atenção do meu amigo Ver. Pedro Américo Leal. Lendo o noticiário
de hoje da Zero Hora, página 18,
fiquei estarrecido com a notícia: “Prefeito cancela desfile cívico”. O Prefeito
de Giruá, José Jocemir Alves da Silva, Prefeito do Partido dos Trabalhadores,
cancelou o desfile cívico de 7 de Setembro.
Segundo
ele – e está aqui no jornal – mais importante que marchar é discutir cidadania
com os alunos. (Lê.)
“A
suspensão dos desfiles comemorativos à Independência do Brasil está dividindo
opiniões de pais, crianças e professores em Giruá, no noroeste do Estado.
Para
substituir o tradicional evento de 7 de Setembro, a Prefeitura, administrada
pelo PT, organizará um ciclo de palestras, abordando a história do Brasil e a
construção da cidadania.” (Zero Hora
– 31/08/2001)
Vejam
V. Ex.as a que ponto nós chegamos. Esta matéria fez-me reportar à
minha infância, lá na minha cidade de Roca Sales, uma cidadezinha do Alto
Taquari. Lembro-me que, com oito, nove, dez anos de idade, o maior evento dessa
cidade era exatamente os desfiles do 7 de Setembro. Tínhamos lá três escolas:
um Grupo Escolar Municipal, no qual eu estudava, uma Escola Luterana, e um
ginásio de freiras; duas escolas particulares e uma municipal. Nesse dia, havia
uma grande confraternização entre ricos, médios e pobres, uma grande festa da
cidadania, uma grande festa da democracia. E lá se reverenciavam o Brasil, o
Rio Grande, as conquistas, a própria liberdade. Esse era um grande evento do
Município; e eu me criei, eu me fiz homem e me transformei no cidadão que sou
hoje exatamente dentro dessa linha de reverenciar nossa Pátria, de lutar pela
democracia e reverenciar a liberdade. Isso ficou muito gravado na minha memória
e que me fez ser o homem que eu sou hoje. Lá nós participávamos, pobres, muitos
com os tênis surrados, ou sapatos de borracha, marchando no dia 7 de Setembro,
havia carros alegóricos. Lembro, com saudade, de que eu participava da Banda
Municipal. Batia, lá, o bumbo naquelas marchas, naquela hora cívica, mostrando
a grandiosidade da nossa Pátria.
Espero
que isso seja um fato isolado de um Prefeito de um município do interior.
Espero que isso não seja verdadeiramente o pensamento do Partido que está no
Governo, que governa o nosso Estado, que governa a nossa Capital. Deixa-nos
extremamente estarrecidos a matéria da Zero
Hora.
Em segundo lugar, o que diz a própria comunidade, a comunidade não está contente com a imposição desse ditador. Diz aqui que a própria Câmara Municipal não foi consultada. Então, nós ficamos estarrecidos com esta matéria e, por isso, trouxemos para a nossa Câmara o encaminhamento de voto de repúdio.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Li a matéria, mas esse homem deve ser um xiíta, um fundamentalista,
um desorientado, ele talvez se inspire na Rússia - e lá são feitas as grandes
paradas na Praça Vermelha. Talvez ele possa ressarcir este ímpeto que ele tem
contra nacionalista se abeberando nas paradas moscovitas.
O SR. PAULO BRUM: Eu encerro, Sr. Presidente, infelizmente
não vou poder conceder um aparte ao Ver. Juarez Pinheiro, que muito me
honraria, com certeza, agradecendo a V. Ex.ª e deixando esse nosso grito de
alerta para que seja apenas um fato isolado no nosso Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Todos sabem nesta Casa da nossa relação
de amizade, que agora está fora. Eu estou fazendo um questionamento à Mesa:
pareceu-me que já havia soado a campainha do tempo do Ver. Paulo Brum e V. Ex.ª
já o havia alertado sobre o término do tempo e foi concedido um aparte. Eu
apenas estou fazendo uma Questão de Ordem...
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não vou receber como Questão de Ordem,
recebo como uma censura a esta presidência, acolho a censura, considero-a
inadequada, mas faço o registro.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
3149/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 220/01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
dispõe sobre a garantia da permanência de acompanhante nos casos de internação
hospitalar de idosos. Com Emenda nº 01.
2ª SESSÃO
PROC.
3188/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Lioveral Bacher.
3ª SESSÃO
PROC.
1280/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que
autoriza a criação do Programa de Aproveitamento de Materiais de Construção nas
Obras Civis, no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/01, ambos de autoria do Ver.
Almerindo Filho.
PROC.
3105/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Rua Perseu Abramo um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Nonoai.
PROC.
3204/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 225/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre instalações
sanitárias em feiras comerciais e dá
outras providências.
PROC.
3268/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 228/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
denomina Usina do Gasômetro Governador Synval Guazzelli o conjunto
arquitetônico da Usina do Gasômetro.
PROC.
3034/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que
institui o Cartão de Saúde para a 3ª Idade. Com Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos ao Sr. 2º Secretário que
anuncie a matéria constante em 1ª Sessão.
O SR. 2º SECRETÁRIO: Sr. Presidente, apregôo apenas um
processo em 1ª Sessão. Proc. nº 3.149/01, PLL nº 220/01. Esse é o único
processo em 1ª Sessão, visto que os processos em 2ª e 3ª Sessões de Pauta já
foram apregoados.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Esclareço ao meu prezado amigo, Ver. Juarez
Pinheiro, que V. Ex.ª entende que já havia esgotado o tempo do Ver. Paulo Brum
quando ele concedeu aparte, mas, em verdade, isso não havia ocorrido.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, eu quero, então, retirar
a minha Questão de Ordem, porque eu havia entendido que o tempo já estava
esgotado quando o Ver. Pedro Américo Leal fez o aparte, e não estava esgotado.
Eu estava só buscando um tratamento isonômico à nossa colega de Bancada.
Portanto, eu estava equivocado e V. Ex.ª agiu corretamente. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O tempo do Ver. Paulo Brum se esgotou ao
longo do aparte do Ver. Pedro Américo Leal.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é salutar
a preocupação dos nossos colegas Vereadores com a saúde dos munícipes.
Especialmente aquele munícipes de mais idade e que precisam de um atendimento
muito mais rápido. O indivíduo, depois dos 60 anos, não pode estar esperando
por muito tempo que lhe dêem atendimento médico.
O
Vereador, médico competente, Humberto Goulart, pretende instituir o cartão de
saúde da 3ª idade. Eu já analisei esse Projeto, na quarta-feira, e falei das
dificuldades que vai encontrar na aprovação do mesmo, se nós considerarmos a
lei pura e friamente. Mas a idéia é excelente, e o Prefeito tem de aceitar esse
tipo de coisa, porque, aos 60 anos, as pessoas não podem estar esperando um
mês, dois meses, três meses para que sejam internadas ou recebam uma consulta.
Então,
há uma preocupação séria, muita séria, de alguém que entende do assunto, e esse
precisa ser equacionado. Se precisar ser alterado, que se altere, mas que
precisa atender àquilo que propõe o Ver. Humberto Goulart, disso não tenho
nenhuma dúvida.
O
Ver. Almerindo Filho, dispõe sobre a garantia de permanência de acompanhante
nos casos de internação hospitalar de idosos. Aqui já me parece um pouco mais
complicado, ainda que haja decisão do Ministro da Saúde sobre o assunto, ele
diz que hospitais da rede pública e privada deverão proporcionar condições para
a permanência de um acompanhante nos casos de internação de idosos. Para fins
dessa lei, compreende-se como idoso a pessoa com idade igual ou superior a 60
anos. Ele acha que não está bem redigido e a Emenda ao art. 1º diz: “Fica
garantida a permanência de um acompanhante nos casos de internação de idosos em
todos os hospitais, postos de saúde, exceto emergência, sediados no Município
de Porto Alegre”. Isto tem que pagar. Isto não é uma coisa que é feita
gratuitamente. Não é uma coisa que se dá por lei. A portaria do Ministro da
Saúde de abril de 1999 diz: "É obrigatória aos hospitais públicos,
contratados ou conveniados com o Sistema Único de Saúde, a viabilização de
meios que permitam a presença do acompanhante de paciente maior de 60 anos de
idade, quando internado. Fica autorizada ao prestador de serviço a cobrança.”
Então,
na realidade, não podemos fazer uma lei, pura e simplesmente, dizendo “dê-se”,
tem que dizer quem paga! Ainda que seja meritório, acho que tem que ser bem
analisado, melhor analisado, e talvez se encontre uma solução que se adapte à
Portaria do Ministro, que manda atender, pagando, e a do Vereador, que manda
atender, sem dizer como se fará. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir a Pauta. Ausente. A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para
discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para
discutir a Pauta. Desiste. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir a Pauta. Ausente. O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, neste período de Pauta, Sr. Presidente, quero
falar de uma homenagem que estou propondo nesta Casa que concede o Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Lioveral Bacher.
O
Sr. Lioveral Bacher é um dos diretores da Rede Paquetá, Gaston, Gastonzinho,
mas é muito mais do que isso, o Sr. Lioveral Bacher é um homem solidário, é um
amigo, é um parceiro, um homem preocupado e envolvido com as lides esportivas.
Ele tem, nesse tempo todo, buscado apoiar, incentivar a prática esportiva nos
mais variados segmentos. Há onze anos ele comanda, através da Empresa, a Copa
Paquetá de Futebol Amador; este ano, na sua 11ª edição, fez um grande sucesso.
Copa Paquetá de Futebol Amador, que já foi realizada com cento e noventa e oito
equipes, este ano com 98, para que pudéssemos fazer uma competição de
qualidade.
O
Sr. Lioveral Bacher, que tem sido um exemplo de pai, de empresário; o Sr.
Lioveral Bacher, que não mede esforços para ajudar aquelas pessoas que sempre
batem a sua porta em busca de uma palavra amiga, em busca de um conselho. Tanto
é verdade, que hoje a tarde no Palácio Piratini, algumas empresas serão
homenageadas pelo Sr. Governador do Estado, algumas pessoas físicas, pelo
destaque que alcançaram nesse segmento esportivo, e o Sr. Lioveral Bacher
estará lá representando as Lojas Paquetá.
Quando
o Governo do Estado reconhece o trabalho destas entidades, quando o Governo do
Estado acolhe os nomes indicados pelo Conselho Regional de Desportos, através
dos seus representantes, através dos representantes das federações, é sinal de
que há fundamento, há lógica e há, acima de tudo, a verdade do trabalho que é
realizado.
Por
tudo isso, Sr. Presidente, peço o apoio dos nobres Vereadores, das companheiras
Vereadoras, para que possamos aprovar por unanimidade, como tem acontecido
nesse tipo de Projeto nesta Casa, a proposta que concede o Título Honorífico de
Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Lioveral Bacher, Diretor das Lojas Paquetá, Gaston,
Gastonzinho, mas, acima de tudo, um esportista, um cidadão, um homem que tem
incentivado a prática esportiva através da cidadania. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PAULO BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, a nobre Ver.ª Maristela
Maffei, da tribuna, quando da utilização do seu tempo de Comunicações, fez uma
denúncia ou afirmativa, e nós, em nome da Bancada do PSDB, solicitamos à Ver.ª
Maristela Maffei que retire do seu discurso a expressão “quadrilha”,
referindo-se ao Governo Federal, ou, então, que a confirme, dentro do que o
Regimento nos permite; e se a Vereadora, porventura, não retirar a expressão,
nós vamos encaminhar um Requerimento à Mesa para que sejam tomadas as medidas
cabíveis, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ausente, momentaneamente, a Ver.ª
Maristela Maffei; obviamente, transfiro ao Líder em exercício, Ver. Marcelo
Danéris, a solicitação apresentada, em forma de Requerimento, pelo Ver. Paulo
Brum.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, a Ver.ª Maristela Maffei
se pronunciará sobre o assunto, como é de seu direito, já que foi a Vereadora a
citada. Eu falo, em nome do Partido dos Trabalhadores, que não há problema
algum em consultá-la, mas quero dizer que a palavra do Vereador é a sua palavra
e aqui, que eu saiba, na Casa Legislativa, não vai-se fazer censura sobre a
palavra de ninguém. O Ver. Juarez Pinheiro diz: art. 29, inciso VIII da
Constituição Federal, “sem cassar palavras de ninguém”, por mais que nós
discordemos, como discordamos de muitos aqui.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Vereador, nós não vamos fazer réplica e
tréplica sobre esse assunto. Já deferi o seu Requerimento e o encaminhei à
Liderança do PT, que fez a manifestação que acabamos de ouvir, dizendo que não
censura a sua colega, mas que ela terá oportunidade de se manifestar
diretamente. V. Ex.ª também tem estribo regimental, na medida em que se julgar
inconformado, há estribo no Regimento para que se requeira, ouvido os segmentos
competentes, a eventual retirada dos Anais da expressão que V. Ex.ª entende
injuriosa.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, de maneira alguma este
Vereador tentou cassar a palavra da Vereadora. Na tribuna, realmente, ela tem
livre expressão. Só que, para o bom andamento e a boa relação entre as
Bancadas, nós fazemos este apelo à Vereadora para que ela retire essa expressão
ou, então, nós encaminharemos às providências cabíveis. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Registro o apelo de V. Ex.ª.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu gostaria de apenas
fazer um registro. Recentemente, a Bancada do PT fez uma verdadeira guerra,
porque um Deputado Federal foi chamado de tolo. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ainda que eu quisesse impedir, eu não
conseguiria. Os Anais registram a sua manifestação.
Srs.
Vereadores, eu recebo aqui quatro Emendas ao PLL nº 206/01, todas de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, da Bancada do Partido do Trabalhadores, as quais eu
apregôo na forma regimental. Trata-se da Emenda nº 02, Emenda nº 03, Emenda nº
04 e Emenda nº 05. O PLL nº 206/01 institui o Cartão de Saúde para a 3ª Idade.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
venho à tribuna discutir a Pauta, porque há um Projeto que me chama a atenção.
É o Projeto de autoria do Ver. Raul Carrion que dispõe sobre instalações
sanitárias em feiras comerciais e dá outras providências. Creio que, neste ano,
é a primeira vez que venho a tribuna para fazer um elogio direto ao Ver. Raul
Carrion. É um excelente Projeto, criando sanitários nessas feiras comerciais.
Entretanto, há algum tempo, eu ouvi uma opinião, em uma emissora de rádio da
nossa Cidade, emitida pelo Ver. Adeli Sell. Quando peguei o Projeto,
sinceramente, eu pensava que, na autoria, fosse ver o nome do Ver. Adeli Sell,
mas vi o nome do Ver. Raul Carrion. Eu não sei se estão fazendo o Projeto em
parceria, se não, como num jogo de basquete, onde um passa a bola para outro
colocar na cesta, o Ver. Adeli Sell acabou falando sobre o assunto, e o Ver.
Raul Carrion acabou fazendo a cesta.
De
qualquer forma, em parceria ou não, é uma idéia que tem mérito, nós precisamos
adotar, em locais públicos muito freqüentados, como é o caso das feiras
comerciais, esses procedimentos, a fim de que a população que ali acorre possa,
realmente, se servir desses equipamentos nos seus momentos de apertos maiores.
O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Em primeiro lugar, eu agradeço muito o seu apoio, sei que será
decisivo para a votação dessa questão. Eu também tenho o entendimento de que
ela é muito importante. Quero dizer que foi a população, os usuários e os
feirantes que me pediram esse Projeto.
Por
fim, esclareço que fiz por escrito uma solicitação ao Setor de Protocolo,
verificando se existia algum Projeto do Ver. Adeli Sell, alguma proposição do
Vereador a respeito dessa questão. Eu tenho a resposta em mãos e vou lê-la: “Em
buscas feitas no sistema de protocolo, verificamos que nenhuma ementa de
processos do Ver. Adeli Sell contém as palavras ‘sanitários’ ou ‘banheiros’”.
Está datado do dia 29. A confusão deu-se pelo jornal do Centro, duas semanas
depois que entrei no Protocolo, anunciando que o Ver. Adeli Sell tratou de uma
questão de sanitários no Centro de Porto Alegre, que também é uma questão
meritória, e nós elogiamos o Ver. Adeli Sell. Muito obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu não quero entrar nessa discussão entre
V. Ex.ª e o Ver. Adeli Sell, estou apenas dizendo que havia ouvido o Ver. Adeli
Sell falar sobre esse assunto e, quando peguei o Projeto, pensava que iria
encontrar, na autoria do Projeto, a assinatura do Ver. Adeli Sell, e me
surpreendi ao ver que era de autoria do Ver. Raul Carrion.
De
qualquer forma, quero elogiar o Projeto, a idéia, muito embora nós não
precisássemos de nenhum projeto de lei, de nenhuma lei para que um banheiro
fosse instalado numa feira, ou que fosse instalado numa área pública. Imaginem
se para cada banheiro instalado em área pública precisássemos ter um projeto de
lei concedendo ao Sr. Prefeito Municipal a autorização para a sua instalação.
Seria o fim do mundo!
Mas
o Ver. Raul Carrion está inovando. Acho que isso poderia ser feito através
de pedido de providência, não precisamos de lei, mas, já que se faz um projeto
de lei, quero dizer que vou votar favoravelmente. Eu ajo assim, quando há um
caso como este: eu uso o pedido de providência. Mas, quero dizer que é uma
medida que deve merecer aplausos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, as Vereadoras, os Vereadores, as pessoas que
acompanham as Sessões desta Casa, os telespectadores da TV Câmara, Canal 16,
conhecem a nossa postura, o nosso comportamento. Por isso sou obrigado, no dia
de hoje, a pedir desculpas pela forma como me manifestei, numa discussão de
pauta, sobre um certo projeto de lei. Não vou “perder a estribeira” mais uma vez, e isso acontece na vida
das pessoas, como também não vou responder a nenhuma provocação feita por um
determinado Vereador. Não vou dar palanque para absolutamente ninguém, não sou
escora. Aprendi que - lá no interior do interior de Santa Catarina - quem
precisa de escora é palanque em banhado, portanto, não vou dar escora para
ninguém. Não vou mais citar nomes, porque também não vou dar margem a pedido
para ninguém - absolutamente ninguém - se utilizar do Regimento para fazer
desta tribuna uso indevido.
Agora,
o povo de Porto Alegre sabe, e eu vou dizer para a população de Porto Alegre
que, para certas coisas, não é preciso projeto de lei, não é preciso pedir
pedido de providências. Afinal de contas, nós vivemos numa sociedade
democrática, diferentemente do que foi o stalinismo na União Soviética,
diferentemente do que foi em Henver Hocha, que ainda hoje, infelizmente, têm
admiradores e adoradores nesta Casa. Eu vou-me pautar por discutir questões da
minha Cidade, questões do Centro de Porto Alegre e do que tem a ver com a vida
das pessoas.
Eu,
inclusive, vou aproveitar esses minutos que me restam, depois de dadas essas
explicações, e mencionar o Projeto de Lei do Ver. João Bosco Vaz, que concede o
Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Lioveral Bacher, da Loja
Paquetá.
Eu
vou falar isso, Ver. João Bosco Vaz, porque V. Ex.ª já explicou toda a
trajetória desse cidadão, porque nós precisamos valorizar as pessoas que, de
fato, ajudam esta Cidade a desenvolver uma das coisas mais importantes para as
pessoas nos dias conturbados de hoje, de desemprego, de trabalho estafante, que
é o espaço do esporte e do lazer.
Ah,
se não fossem os campeonatos de várzea! Ah, se não fossem os campinhos nos
fundos das vilas! Ah, se não fossem as empresas de cunho social que,
corretamente, inclusive, fazem marketing sobre
isso! Mas fazem de uma forma que me parece justa, leal e que traz benefícios
sociais. Nesse sentido, eu quero somar-me à proposição do Ver. João Bosco Vaz,
que concede título honorífico a Lioveral Bacher, mais do que merecido, porque o
esporte e o lazer de Porto Alegre tem nessa pessoa um dos seus grandes
batalhadores. Portanto, meus parabéns. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Sebastião Melo solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje, 31.08.01.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há em
Pauta um Projeto de autoria do Ver. Haroldo de Souza que denomina Usina do
Gasômetro Governador Synval Guazzelli o conjunto arquitetônico da Usina do
Gasômetro. Trata-se de uma iniciativa de absoluto acerto e reconhecimento a uma
das grandes figuras do Estado e do Brasil, o Governador Synval Guazzelli, que
foi Governador em duas oportunidades. Ele deixou, na minha opinião, um legado
belíssimo, pela sua dedicação, pela sua forma de ser. Ver. Pedro Américo Leal,
V. Ex.ª, que o conheceu bem, sabe que ele foi uma figura humana extremamente
solidária. Um homem que agia sem preconceitos, uma figura, diríamos assim,
leve. É muito oportuna essa homenagem. Um homem que dedicou a sua vida à
política. Quando iniciou na política, Ver. Haroldo de Souza, era um homem
razoavelmente bem, economicamente, e, no final do seu mandato, saiu
praticamente muito pobre da sua atividade. E faz exatamente o inverso, como
regra, essa é a grande verdade. Claro que há exceções e muitas exceções, é bom
que se diga, mas com o Governador Synval Guazelli deu-se o contrário. Era um
homem que tinha um patrimônio e devotou toda a sua vida, toda a sua história à
política, e, ao final do seu mandato, terminou em situação bastante modesta e
simples. Mas, mesmo no estado que se encontrava, em uma cadeira de rodas,
debilitado, esteve nesta Casa recebendo Título de Cidadão de Porto Agre. E fez
aqui uma brilhante manifestação de fé, uma brilhante manifestação de fé na
vida. Em nenhum momento excomungou a escuridão. Acendeu uma velinha, fazendo
ver que a vida tem de ser vivida, e, como tal, devemos manifestar, em todos os
momentos, em todas as horas, a solidariedade aos nossos semelhantes. Por outro
lado, a Usina do Gasômetro é um símbolo de Porto Alegre. Lembro-me quando o
Prefeito Alceu Collares iniciou a recuperação da Usina do Gasômetro, e até
havia discordância no secretariado, porque a Usina do Gasômetro estava ali
perdida naquele entorno, uma verdadeira fuligem. O Prefeito Collares iniciou a
recuperação da Usina, depois a Administração do Partido dos Trabalhadores levou
à conclusão aquele monumento, que é um monumento ao trabalhador, é um monumento
que lembra a indústria brasileira, um cartão postal da Cidade.
Encerrando,
Sr. Presidente, agradeço a paciência com este Vereador, cumprimento o Ver.
Haroldo de Souza por pretender denominar a Usina de “Governador Synval
Guazzelli”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Humberto Goulart está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
comunicar ao Plenário o interesse do PDT também nos Conselhos Tutelares. Nós
proporcionamos, na 7ª Microrregião da Restinga, uma reunião com todos os
candidatos daquela região, onde setenta candidatos ao Conselho Tutelar
puderam-se expressar no nosso CTG, na Restinga. Foi um momento de
espontaneidade que o nosso Partido permitiu àqueles candidatos que queriam
falar, mostrar os seus projetos. Lembrei da responsabilidade, no início do
discurso, que tem o Conselho Tutelar e que prestassem atenção nas comunicações
do Ver. Adeli Sell, porque ele está falando a respeito de uma situação que não
é comum entre os Conselheiros Tutelares. Lá estavam duzentas e cinqüenta
pessoas, em um momento democrático, e ficamos até quase a 1h da manhã,
discutindo sobre os assuntos pertinentes à eleição que ocorrerá no fim deste mês.
O PDT também está muito interessado na colocação dos Conselhos Tutelares.
Quero
falar a respeito da minha preocupação sobre uma Resolução da Conferência
Nacional de Saúde, a qual diz que deve existir mais um outro Conselho, chamado
Conselho Gestor de Saúde, que é um Conselho que deve participar não só como
fiscalizador, mas como administrador das verbas dos hospitais filantrópicos.
Essa é uma situação que me preocupa, porque fiscalizador tem de ser, mas
administrador do hospital, Ver. Reginaldo Pujol, é uma coisa que vai-nos
preocupar, porque os hospitais é que sabem dos seus destinos, sobre o que é
possível e o que não é possível; agora, fiscalizar as verbas públicas, sim.
Isso me preocupa e é uma discussão que temos de trazer para cá, embora seja uma
situação em nível estadual, e a Justiça já negou esse encaminhamento. A Justiça
foi contra a Resolução do Conselho, apoiada pela Sr.ª Secretária Estadual de
Saúde. Mas o que me preocupa muito mais é uma situação antidemocrática, e não
acredito que esteja acontecendo, que é o fato de não ser liberada para os
hospitais filantrópicos uma verba de 18 milhões de reais, a não ser que os
hospitais filantrópicos aceitem a colocação do Conselho Gestor dentro da sua
administração. Eu não acredito nisso, Ver. João Antonio Dib, eu não acredito
que as verbas só poderão ser liberadas se for colocado o Conselho Gestor dentro
dos hospitais filantrópicos, dentro do intestino do hospital, dentro da
administração própria de cada hospital, e essas verbas não saíram ainda.
Peço
que os Vereadores se empenhem para que nós possamos liberar essas verbas. Por
que o meu interesse? Pelo hospital filantrópico? Sim, em um primeiro momento,
mas, fundamentalmente, porque hospital filantrópico é conveniado com o SUS; e
qualquer alteração no encaminhamento de recursos para o SUS vai trazer problema
para quem? Para as pessoas que dependem da nossa ajuda, para as pessoas que
dependem de ser atendidas pelo SUS. Qualquer encaminhamento contrário ao
atendimento do SUS tem de ser repudiado por esta Câmara de Vereadores.
Repetindo, pela importância do fato: uma verba de 18 milhões, que era de 22
milhões no ano passado, não pode ser liberada para os hospitais que, mesmo
sendo privados, atendem SUS, porque ainda não permitiram que o Conselho Gestor
chegasse dentro da sua administração. Isso é uma coação que não se pode admitir
dentro dos encaminhamentos democráticos.
O
Ver. Ervino Besson nos ajuda, fazendo com que, neste momento de Liderança do
PDT, seja lembrado e saudado nosso querido integrante de Bancada, o nosso
menestrel da Câmara de Vereadores, Ver. João Bosco Vaz, que irá receber uma
medalha hoje. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL: O Ver. Valdir Caetano está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
aproveitar o tempo de Comunicação de Líder do meu Partido, no dia de hoje, para
comentar sobre uma matéria do Correio do
Povo, página 6, que fala sobre o restaurante popular, o que está sendo
contestado pelo Presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e
Similares do Rio Grande do Sul, o Sr. Ricardo Ritter; trata-se um Projeto do
nobre Ver. Aldacir Oliboni ou do nobre Ver. Haroldo de Souza, do PTB.
Independente de quem seja o autor do Projeto, ele tem nosso total apoio. E o
Presidente do Sindicato está, de uma certa forma, contestando a questão do
restaurante popular, dizendo que a venda de alimentos do restaurante, o almoço,
a 1 real, irá causar problemas, irá fazer com que trezentos trabalhadores sejam
despedidos, trezentas pessoas que trabalham em cinqüenta pequenos e médios
restaurantes no Centro de Porto Alegre. Ele alerta ainda para o fato de que as
pessoas de baixa renda não teriam condições de vir das vilas para almoçar nesse
restaurante no Centro de Porto Alegre. Eu acredito que, quando este restaurante
foi colocado no Centro do Rio de Janeiro... A intenção aqui é colocá-lo no
Centro de Porto Alegre, e não é para que as pessoas saiam das vilas, usem duas
passagens de ônibus para vir ao Centro de Porto Alegre almoçar, mas, sim, para
que as pessoas que se dirigirem ao Centro, pessoas de baixa renda, pessoas que
vem à procura de emprego, não fiquem até tarde sem uma alimentação, sem o
almoço, pois todos nós temos direito a isso. Eu quero falar sobre esta
contestação desse Presidente do Sindicato, Sr. Ricardo Ritter, e eu vejo, Sr.
Presidente, que a construção deste restaurante é importantíssima para as
pessoas de baixa renda, seja da forma que for, mas, de uma forma legal, esse
restaurante tem de ser feito. E eu quero dar o meu apoio a esse Projeto, a
estes dois Vereadores, ou que seja a um Vereador, e quero dizer que é
importante que Porto Alegre também possa fazer esse restaurante, possa ter esse
local, onde venham a servir uma alimentação de boa qualidade ao preço de 1
real. Diz ainda esse Presidente que esse restaurante deveria ser colocado nas
vilas e não no Centro de Porto Alegre. Não entendo por que isso. A grande
concentração de pessoas que vem ao Centro de Porto Alegre que precisa se alimentar
é muito grande, e nós sabemos que, se nós tivermos um restaurante popular que
venha a atender a esse anseio, a alimentação por 1 real, é importantíssimo.
Então, fica aqui registrado o meu apoio, e, quanto à contestação da construção
desse restaurante, aqui, pelo Presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes,
Bares e Similares do Rio Grande do Sul, Sr. Ricardo Ritter, eu fico em dúvida,
porque poderia ser dada essa alimentação nos restaurantes já existentes, seria
feito um bônus e este bônus, depois, transferido em dinheiro para os donos de
restaurantes. Eu acredito que, também, os dois nobres Vereadores que criaram
este Projeto não teriam nada contra isso, se fosse cobrado o almoço ao preço de
1 real e as pessoas fossem atendidas de uma forma como todos nós temos de ser
atendidos. Fica registrada, então, a questão desses restaurantes. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no dia
de hoje, quero, em nome da Bancada do PC do B, fazer uma manifestação sobre a
opinião política do PC do B acerca do atual momento no nosso País.
Há
dez anos, os ideólogos do neoliberalismo afirmaram que a história havia acabado
e que o capitalismo triunfante conduziria a humanidade para um mundo de
progresso econômico, justiça social, paz e liberdade.
No
Brasil, a receita neoliberal traduziu-se no sucateamento do Estado Nacional, na
desnacionalização de nossas riquezas e estatais estratégicas, na eliminação de
quaisquer barreiras aos capitais e mercadorias estrangeiras, na liquidação de
direitos históricos dos trabalhadores e no crescente autoritarismo do Poder
Central.
Passados
dez anos, o balanço não poderia ser mais trágico: crise econômica,
desindustrialização e recolonização das nações mais débeis, desemprego massivo,
precarização das relações de trabalho, aumento do número de miseráveis (1,2
bilhões no mundo e 50 milhões no Brasil), explosão da criminalidade e corrupção
sistêmica. Na arena internacional, a superpotência norte-americana esbanja
arrogância e belicismo, agride os povos que resistem à sua truculência,
lança-se uma nova carreira armamentista, destrói o meio ambiente e volta a
ameaçar a humanidade com a hecatombe nuclear. Vai ficando cada vez mais claro o
esgotamento do neoliberalismo globalizado e a incompatibilidade do capitalismo
com o progresso da humanidade. Em conseqüência, cresce a resistência dos povos
- o que se expressa nas grandes mobilizações antiglobalização e no renascimento
das lutas em todo o mundo.
No
Brasil, o Governo neoliberal de FHC amarga os seus mais baixos índices de
popularidade e afunda em meio à corrupção. O colapso energético é a maior
expressão da sua incompetência e irresponsabilidade. Durante o seu governo, a
dívida externa dobrou e a dívida interna saltou de 62 bilhões para mais de 700
bilhões de reais, obrigando o País a pagar 110 bilhões de juros a cada ano aos
banqueiros nacionais e internacionais.
Impõe-se
dar um novo rumo para o Brasil! As eleições de 2002 são um oportunidade incomum
para derrotarmos este modelo entreguista e excludente. Para isso, porém, é
preciso construir uma ampla frente - incluindo todos os partidos e
personalidades oposicionistas - e um extenso movimento cívico, capaz de unir a
maioria dos brasileiros em torno de um programa de ruptura com o neoliberalismo
e capaz de infundir no povo a confiança na possibilidade de um outro Brasil.
Programa que deve ter por base o “Manifesto em Defesa do Brasil, da Democracia
e do Trabalho” e que - entre outras coisas - oponha-se à ALCA; denuncie os
acordos com o FMI e à OMC, contrários aos interesses do País; realize uma
auditoria e uma renegociação soberana de nossas dívidas interna e externa;
suspenda novas privatizações e revise as já realizadas nos setores
estratégicos; retome um desenvolvimento baseado no mercado interno e na
poupança interna; reduza a jornada de trabalho para 40 horas e, mais adiante,
para 35 horas, sem redução de salários; realize uma reforma agrária
anti-latifundiária; taxe as grandes fortunas e a especulação financeira; e, por
fim, convoque uma Assembléia Nacional Constituinte que expresse um novo pacto
político e social, preserve a soberania do País e os direitos do povo e amplie
a democracia.
Só
uma ampla unidade do campo oposicionista - deixando de lado os interesses
menores - garantirá nossa vitória contra a barbárie neoliberal. Agora, como
nunca, “a Unidade é a bandeira da esperança!” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há
cerca de meia hora, o Ver. Paulo Brum fez à Mesa uma Questão de Ordem
solicitando que a Ver.ª Maristela Maffei revisasse o seu discurso e retirasse
expressões agressivas e caluniosas ao Governo Federal. Eu quero não apenas
ratificar a posição do Ver. Paulo Brum, como também, até em respeito às boas
relações da Casa, dizer à Vereadora que vou aguardar até a segunda-feira para
que ela avalie essa posição e faça a retirada das expressões. No entanto, se a
Vereadora entender que deve mantê-las, eu quero também antecipar que, na
segunda-feira, vencido o prazo, nós vamos entrar com uma dupla representação
contra a Vereadora, na Comissão de Ética desta Casa, onde ela vai ter de provar
a expressão e a acusação, e também em nível de Governo Federal, com uma
queixa-crime. Crítica é uma coisa, desrespeito é outra. A “quadrilha”, que a
Ver.ª Maristela Maffei tanto menciona, está repassando, só nos últimos dias, 27
milhões, 846 mil reais para a saúde; a “quadrilha”, que a Vereadora tanto
menciona, está repassando 206 mil reais para o Projeto Pró-Saneamento de Porto
Alegre; a “quadrilha”, que a Vereadora tanto menciona, está repassando 39 mil
reais para a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, e por aí afora. Agora,
a “quadrilha” que a Vereadora não menciona, e que eu também não menciono,
porque penso que erros não podem ser generalizados, está – em todo o caso –
indicada nos jornais de ontem. Porque se for para falar de quadrilha, se eu
fosse falar no mesmo tom da Vereadora, eu diria que a “quadrilha” do Governo do
Estado, ontem, foi condenada na Justiça, por publicar jornais partidários. Se
eu fosse falar no mesmo clima da Vereadora, eu diria que a “quadrilha” da
Secretaria Municipal de Cultura teve confirmadas todas as minhas denúncias nas
auditorias feitas pela Procuradoria do Município e pela Auditoria da Fazenda.
Agora, não acho que condenação de uma situação específica ou a confirmação das
denúncias que nós fizemos... E eu espero que o Prefeito Tarso Genro reconsidere
o que afirmou numa entrevista recente de que se a Câmara quiser o documento que
vá pedir ao Tribunal de Contas, porque eu acho que o Prefeito conhece a Lei
Orgânica e sabe que tem que nos atender e nos responder. Não vou dizer que tem
“quadrilha” na Prefeitura porque a Secretaria Municipal de Cultura têm
problemas com dinheiro. Não vou dizer que tem “quadrilha” no Governo do Estado
porque o Governador Olívio Dutra e o seu Secretário de Comunicação Social foram
condenados por mau uso de dinheiro público.
Então
gostaria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que a Ver.ª Maristela Maffei
revisasse a sua posição e, realmente, até para que possamos manter o bom tom do
debate nesta Casa, crítico, forte, e, se for o caso, duro, mas respeitoso, que
ela retire a expressão porque nós não vamos aceitá-la em hipótese alguma.
Independente de ela ficar de costas ou não para este Vereador.
Respeitosamente,
quero deixar esta posição marcada - da Bancada do PSDB –, até porque acho que o
espectador que nos acompanha, o eleitor desta Cidade, independente das suas
simpatias ou antipatias para com este ou aquele partido, também tem que
entender que o debate político, antes de tudo, tem que ter respeito pessoal e
não se pode, sobretudo, agredir pessoas que não têm como se defender. O Governo
Federal tem tido vários problemas? Tem, tanto quanto os governos estaduais de
vários partidos, inclusive do PT. Basta lembrar os processos contra o
Governador Zeca do PT no Mato Grosso. Não vou dizer por causa disso - tenho
acompanhado muito de perto a administração do Governador Zeca do PT – que lá
existe improbidade pura e simplesmente, que lá existe “quadrilha”.
Portanto,
não admito, não aceito, em meu nome pessoal, em nome do Partido que represento
e do Governo que represento, que se queira fazer generalizações desse tipo como
a que foi feita aqui, hoje de manhã. Aguardaremos até segunda-feira uma posição
da Vereadora, até porque devemos poder continuar esse debate, um debate que vai
ser, certamente, bem encaminhado, a partir do ano que vem, quando tivermos uma
eleição.
Por
falar em eleição, eu ia sugerir que o Ver. Raul Carrion troque os óculos e
melhore os ouvidos porque ele diz que o Governo Federal vai de mal a pior, e
pelo menos as últimas pesquisas indicam exatamente o contrário. O Governo
Federal se recupera, em pesquisas, faz encaminhamento de seus problemas e
alcança os resultados, aqueles que ele tem obrigação de cumprir.
Por
outro lado, gostaria de ouvir uma palavra interessante sobre os problemas ontem
revelados sobre o caixa único do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, onde o
Governo, aí, sim, meteu a mão naquilo que talvez, regularmente, não poderia ter
buscado, que é o dinheiro do caixa único para fazer pagamentos, o que a
legislação não permite fazer. Vamos deixar bem claro para que, depois, não
digam que eu disse o que eu não disse: não se apropriou particularmente, mas
descumpriu a legislação ao utilizar verba do caixa único, que não poderia ser
utilizada para os pagamentos que está fazendo, confirmando, aliás, o que dizia
o Deputado Busatto há três anos, ou seja, que o Governo não teria caixa para
pagar o funcionalismo público nem sem aumento, imaginem com os aumentos
prometidos durante a campanha eleitoral. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Haroldo de Souza esta com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Luiz Fernando
Záchia, Vereadores desta Casa, pessoas que nos assistem pelo Canal 16 da TV
Câmara, inicialmente, queria cumprimentar o Ver. João Bosco Vaz, que recebe,
hoje, merecidamente, sendo um dos grandes representantes e defensores
principalmente do esporte amador da nossa Cidade, a Medalha João Saldanha que é
uma homenagem que se faz ao Ver. João Bosco Vaz e uma homenagem a um dos
gaúchos de maior brilhantismo na imprensa brasileira que foi o querido gaúcho
João Saldanha.
Eu
volto a esta tribuna para falar sobre o restaurante popular pelo seguinte:
porque todos os Vereadores que aqui sobem se referem ao Projeto do Ver. Haroldo
de Souza e do Ver. Aldacir Oliboni. Um filho não tem dois pais! É muito
difícil, não é Ver. Humberto Goulart? Não há condições, mas não quero mais
saber desse negócio porque acho que isso é tão mesquinho, não tem nada a ver
pegar projeto do outro e entrar em defesa e depois os Vereadores que dizem que
são de oposição, mas no fundo não são da oposição, terceirizam as coisas e ficam
naquela “O Projeto que é desse, que é daquele”. Podem falar que o Projeto é do
Ver. Aldacir Oliboni, eu não tenho nenhum problema mais a respeito disso.
Quando entrei na política pensei que se chegasse num parlamento, se fizessem
projetos, eles iriam ser aprovados e executados, mas não é assim. O Projeto
aqui fica em discussão, em negociações, lobbies,
nhenhenhém, é uma coisinha daqui e
outra coisinha dali, não se anda, não se faz. Faz-se um projeto, vai para o
Prefeito sancionar, depois ele executa se quiser, tanto que já se tem um
restaurante popular em Porto Alegre funcionando na Azenha. Segundo eu soube, a
SMIC já está procurando um local para instalação de um restaurante popular no
Centro de Porto Alegre. Eu quero responder a respeito do restaurante popular é
para o Presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Similares de Porto Alegre:
não haverá desemprego coisa nenhuma, isso é ganância de vocês! Não é por aí, eu
estive no Rio de Janeiro e fiz questão de conversar, primeiro, com as pessoas
que implantaram o restaurante popular atrás da Estação Central do Brasil.
Depois, fui ao encontro de todas as lanchonetes e pequenos restaurantes no raio
de cem metros do restaurante popular e não houve nenhum problema. Pelo
contrário, os proprietários disseram que foi uma boa para eles, porque aquelas
pessoas que passam na porta e ficam olhando os outros comendo e não tem o que
comer, só passam pela porta e vão ao encontro de uma refeição, não ficam na
porta para pedir: “Arruma um dinheirinho para eu comer?”. Parece que o
Presidente do Sindicato gosta de aparecer, para mim, deixa para lá, porque não
é isso, não vai criar desemprego a instalação de um restaurante popular no
Centro de Porto Alegre. Eu sou favorável, aqui concordo com ele, a que
pudéssemos fazer restaurantes populares nas vilas de maior população de Porto
Alegre. Como é a Prefeitura quem executa, que execute, porque não adiantou
entrar com o Projeto pedindo a retirada de meninas e meninos de rua de Porto
Alegre. Eu entrei com esse Projeto, quando pensava que bastava entrar com o
Projeto para ele ser aprovado, sancionado e executado. Entrei também porque o
Prefeito Tarso Genro havia dito, no seu discurso de posse, que um dos seus
cavalos de batalha na Administração seria a extirpação desse câncer da sociedade
porto-alegrense, colocando Porto Alegre como a primeira Cidade do planeta sem
meninos e meninas nas ruas. Mentira dele, papo
furado, história para boi dormir.
Não está aí, inclusive está aumentando o número de crianças. O discurso
político é muito fácil de fazer, isso eu também sei fazer, agora as promessas
deveriam ser cumpridas.
Eu
entrei com um Projeto aqui para homenagear um homem que foi um dos mais serenos
da política brasileira. O Ver. Elói Guimarães fez uma lembrança importante. Ao
contrário da maioria dos políticos que entram pobres e saem ricos, Synval
Guazelli, ao contrário, pegou a via contramão no bom sentido, entrou com um bom
dinheiro e saiu com uma vida simples e modesta. E, nas poucas vezes em que tive
a oportunidade de conversar com Synval Guazelli, sempre vi nele um homem de
extrema serenidade, de extremo espírito humano. E um dos pontos mais
importantes de Porto Alegre, de turismo e de destaque na história da nossa
Cidade é a Usina do Gasômetro, que pode, sim, passar a se chamar de Usina do
Gasômetro Governador Synval Guazelli. Seria, indiscutivelmente, uma homenagem
que nós prestaríamos a um homem público que é um exemplo a todos nós. E,
finalmente, quero dizer aos Srs. Vereadores que, quando entrar em votação o
Projeto de isenção do IPTU para os portadores do vírus do HIV, espero contar
com o apoio de todos vocês nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras, Srs. Vereadores, foi feita uma solicitação em um Requerimento, pelo
Ver. Paulo Brum, para que eu retirasse palavras expressas no meu
pronunciamento. Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que, quando me referi à
questão da “quadrilha”, eu quis colocar alguns exemplos que acontecem em nível
federal, como, por exemplo, a questão da compra de votos que aconteceram na
questão da reeleição, Ilhas Cayman, enfim...
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereadora, a senhora está encaminhando a
matéria!
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Eu vou terminar.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Por favor, é que nós não estamos entrando
no mérito, e a senhora está entrando no mérito.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Mas eu preciso justificar, Sr.
Presidente. Certo.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Se a senhora vai retirar, vamos iniciar o
Requerimento que a senhora está retirando por determinadas razões, aí a senhora
explica as razões. Agradeço.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Em respeito o colega Paulo Brum, que fez
um Requerimento pelas boas relações que nós temos nesta Casa; eu vou retirar,
mas gostaria de continuar dizendo os porquês.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Os motivos pelos quais a senhora retira.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Obrigada, Sr. Presidente. Então, como estava
dizendo anteriormente, estava-me referindo à questão das compras de votos que
aconteceram no Governo Federal, na questão da reeleição, o problema das Ilhas
Cayman, enfim, foi nesse sentido. E, gostaria, ainda, Sr. Presidente, de deixar
claro nesta Casa: o que estou colocando aqui não é por questão de pressão, de
medo, por questão de processo, até porque eu já fui processada pelo PSDB e fui
absolvida pelo Supremo Tribunal Eleitoral. Então estou muito tranqüila, faço
isso apenas por uma questão de parceria, para deixar claro que esta Vereadora,
por justificar, neste momento, fez as críticas necessárias, pertinentes, até
por ser um perfil do seu mandato e para também demonstrar o lado do qual ela
faz parte. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereadora, eu agradeço, mas sempre vou
solicitar a todos os Vereadores a objetividade nos requerimentos, que este
microfone de encaminhamento de requerimentos não seja destinado a longas
explicações. Entendo que V. Ex.ª, por uma questão de bom convívio entre os
Vereadores e em respeito ao Ver. Paulo Brum, retirou. Tem todo o tempo de
Comunicação de Líder do seu Partido para encaminhar a matéria, Vereadora.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista a
sensibilidade da nossa Bancada, com a presença da Ver.ª Maristela Maffei, que
retirou a palavra “quadrilha”, nós gostaríamos de requerer também que o Ver.
Antonio Hohlfeldt retirasse as palavras “quadrilha do Governo Estadual” e
“quadrilha da Secretaria Estadual de Cultura”, que também não condizem com o
comportamento que nós temos nesta Casa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, eu aceito o Requerimento
do Ver. Marcelo Danéris, autorizo-o a tirar uma cópia do meu discurso para que
ele me indique como eu vou retirar as expressões, se eu estou dizendo que eu
não diria, se vou tirar ou não, ou vou tirar o quê? Eu gostaria que ele me
indicasse, e, indicado isso, eu o farei. E quanto à Ver.ª Maristela Maffei,
quero agradecer à sua sensibilidade e sugerir que ela consiga comprovar as
acusações, especialmente a das Ilhas Cayman.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Marcelo Danéris está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos acompanham através da TV Câmara,
ainda sobre o tema que há pouco falávamos, todos os Vereadores nesta Casa têm o
direito de colocar sua opinião. E, quando os Vereadores nesta Casa colocam a
sua opinião, na verdade, ela é um reflexo que vem da nossa sociedade. O sentimento
de impunidade que está na sociedade, referente aos vários casos ainda não
investigados de corrupção no Governo Federal, é um sentimento presente na
sociedade brasileira. Há uma vontade da sociedade brasileira que se tivesse
feito a CPI da Corrupção, que tinha exatamente doze fatos determinados e sobre
eles não há sequer a investigação. E muitos partidos que aqui assinam os
pedidos para qualquer CPI - é só propor e a maioria dos Partidos de oposição
assinam qualquer CPI -, a CPI da Corrupção no Governo Federal, esta eles não
assinam, retiram as assinaturas. E não são poucos os casos. São casos que
envolvem assessores diretos do Presidente.
Quando
a Ver.ª Maristela Maffei vem aqui e coloca a sua opinião, que para alguns pode
ser exagerada, na verdade, a opinião da Ver.ª Maristela Maffei, ou de qualquer
outro Vereador, é o reflexo do que a sociedade exige, que é a possibilidade de,
pelo menos, investigar. E nem isso foi possível, porque sequer esses casos
foram investigados, e a impunidade está dada. Se houve algum erro, nunca
saberemos, porque sequer foi investigado. Se o Governo Federal não quer assumir
a CPI da Corrupção, isso é legítimo e faz parte do seu trabalho, mas que não
agisse com liberação de emendas para parlamentares, para evitar a CPI da
corrupção.
Aqui
nesta Casa há uma CPI da Habitação. É legítimo da Bancada do Partido dos
Trabalhadores defender, porque tem convicção do trabalho que é feito em
habitação, mas, estabelecida a CPI, dela participamos. Estamos representados na
Vice-Presidência, temos representantes na Comissão Parlamentar de Inquérito
para a habitação, e seguiremos trabalhando, para que se faça uma CPI justa, com
toda a investigação. Não tememos nada. O DEMHAB está à total disposição, como
sempre esteve, desta Casa, do Ministério Público, da Polícia Federal, do TRE,
seja de quem precisar, sempre foi oficiado; o nosso Diretor Carlos Pestana
sempre esteve à disposição para responder quaisquer perguntas, e somente neste
ano esteve por três vezes na Câmara de Vereadores. Não houve nenhum movimento
nosso tentando impedir, por pressão, coação, liberação de emendas, seja o que
for. Houve um movimento nosso, legítimo, contra a CPI, por acreditar que,
primeiro, não há irregularidades, o que provaremos durante o processo da CPI,
e, segundo, por acreditar que ali está sendo feito um trabalho sério, que não
merecia uma CPI, e, terceiro, porque todos os esclarecimentos solicitados pela
Câmara de Vereadores, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, o Diretor,
o DEMHAB e a Prefeitura sempre estiveram à disposição e vieram aqui, várias
vezes, discutir isto.
Por
último, é importante registrar que, ontem, o Governo Estadual, que,
infelizmente, aqui, o Ver. Antonio Hohlfeldt, de forma articulada, tentou dizer
que não ia dizer o que na verdade disse, que era uma “quadrilha”, o Governo do
Estado, ontem, lançou o Programa de Desenvolvimento Social, que é uma série de
investimentos, depois de que o Estado consegue pagar o funcionalismo em dia,
porque era dito que não ia pagar se não vendesse o BANRISUL; paga, e paga o 13º
e consegue propor reajuste, investe na segurança, investe na energia. O Estado
do Rio Grande do Sul não tem o problema do apagão, ajuda outros Estados; a
indústria é a que mais cresceu; maior safra de grãos; a EXPOINTER dando certo;
controla a questão da aftosa com esforço coletivo e tudo mais. Ontem o Governo
do Estado lançou a questão do desenvolvimento social, que é muito importante e
contempla com uma série de programas os vários investimentos sociais que o
Governo do Estado vinha fazendo ao longo desses anos, mas que agora avança mais
ainda na questão da inclusão social, que é um ponto forte do nosso Governo que,
com certeza, será a marca junto com a participação popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nosso
Regimento não permite que nós possamos aqui tratar de forma desrespeitosa o
nosso colega ou de forma desrespeitosa quem quer que seja. Por que isso? Porque
senão viraria uma baderna, seria uma bagunça geral. Se eu vou imputar a alguém
um crime, ou eu estou fazendo uma denúncia e vou ter todas as provas para que
essa denúncia possa ser comprovada, ou estou fazendo calúnia e, fazendo um
crime de calúnia, eu estarei submetido ao Código de Ética que temos aqui nesta
Casa. Não pode ser diferente disso, Ver. Pedro Américo Leal, é muita
irresponsabilidade. É só sair dizendo por aí. Não dói nada, e aí as pessoas vão
acreditando. Quando nós trouxemos aqui os fatos ligados ao DEMHAB, que deu
depois vazão a esta CPI, nós falamos e trouxemos as provas. Foram os contratos
feitos e depois alterados unilateralmente; foram pessoas que tiveram a sua
mensalidade aumentada em até 600%, e casos de até mais de 600%. Foram casos de
arrepiar, mas eu tenho provas, quando eu falo, eu provo. E trouxe e coloquei as
provas aqui à disposição. Hoje as provas estão espalhadas, nós temos outras
tantas provas que são trazidas aqui neste processo, nesta CPI.
Então,
aí, é uma responsabilidade que o Vereador que vem aqui a esta tribuna tem:
quando ele fala, ele tem que apresentar as provas.
Eu
me lembro que, uma vez, um Deputado do Partido dos Trabalhadores ia receber
aqui uma condecoração. E eu me lembro que o Ver. Antonio Hohlfeldt levantou um
fato que, depois, foi investigado, em que soubemos que se tratava de uma
verdade, pelo menos, com relação às denúncias que foram feitas, de que ele
tomava dinheiro de sua assessora. Eu não vou citar aqui o nome do Deputado, mas
se quiserem eu cito. E, por causa disto, nós, praticamente, eu, pelo menos,
votei contrariamente. Não me lembro se ele recebeu ou não aquela homenagem
aquela vez. Mas sei que é um dos Deputados que estão sendo aí hoje
condecorados, homenageados no Brasil todo, como uma pessoa honrada, e praticou
atos que outros Deputados foram cassados por causa disto. Por quê? Porque o PT
sai por aí acusando todo mundo. E quando acusam alguém deles, aí não, aí não
pode.
É
por isso que, de repente, parece, para a população, o seguinte: “Não, mas esses
caras são os donos da moral, são os decentes”. E os outros não são, porque eles
xingam todo mundo, achincalham todo mundo e o lado de lá fica sempre quieto, os
outros sempre ficam quietos. Então, parece que um lado tem culpa e o outro não.
Mas podemos, se quiserem, partir para debates desse tipo, de baixar o nível. Eu
não gosto disso, gosto de vir aqui discutir os assuntos e trazer todas as
provas quando eu falo sobre um determinado assunto, e sobre esse que estou
falando posso citar os nomes, se quiserem, pois tenho as provas. Eu costumo
trazer aqui as provas do que eu falo. Às vezes me excedo, e quando me excedo eu
volto à tribuna ou vou ao microfone de apartes e peço para retirar os excessos,
pois penso que não podemos cometer esse tipo de coisa.
A
Ver.ª Maristela Maffei cometeu um excesso e o retirou. Acho que devemos nos
vigiar para não cometer esses excessos, porque eles são ruins.
O
Ver. João Bosco Vaz, outro dia, sentiu que havia cometido um excesso e ele
também o retirou.
O
clima não pode ser de acusações e mais acusações, assim como a bancada petista
costuma fazer, e quando é acusada de alguma coisa todo mundo fica dolorido.
Costumo vir aqui e apresentar as provas, e gostaria que quando alguém denunciasse
alguma coisa, por favor, que também aja da mesma forma. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
serei muito breve. Eu estranho determinados fatos, como, por exemplo, o roto
falando do rasgado. O Secretário da Fazenda, Arno Augustin, antes de assumir,
queria porque queria o fluxo de caixa, o fluxo de caixa, o fluxo de caixa. Eu também
quero aqui na Prefeitura o fluxo de caixa, e não o recebo, e ele também não dá
aos Deputados Estaduais o conhecimento do fluxo de caixa.
Falam
aqui de compra, venda, e não sei quantos, mas esquecem que o Prefeito Raul
Pont, que, à época do Serjão, tive de chamá-lo de Raulzão, mandou um ofício a
esta Casa dizendo que, se aprovassem o que ele queria, ele daria mais verbas
para a Câmara Municipal. Eu acharia melhor que cuidássemos mais dos problemas
de Porto Alegre, em vez de brigar com o Governo do Estado, com o Governo da
União, porque o roto não deve falar do rasgado. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à
A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que comecemos
pelo Veto Parcial ao PLE nº 012/01; depois o Requerimento nº 217/01;
posteriormente há dois processos em Reunião Conjunta das Comissões, que é o
Proc. 2600/01 e o Processo 2547/01. E, posteriormente, o PLL nº 149/01; PR nº
042/01; PLL nº 031/00; PLL nº 064/00.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento da Ver.ª
Helena Bonumá, mas aproveito para fazer um apelo a todos os Vereadores no
sentido de dizer que a nossa Ordem do Dia está aumentando cada vez mais. Temos
de ter essa preocupação; principalmente na semana que vem, vamos ter de fazer
uma diligência objetiva de todos os Vereadores, para que possamos diminuir essa
Ordem do Dia, porque estão trancando iniciativas importantes dos Srs.
Vereadores.
O
Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá é para que votemos inicialmente o PLE nº
012/01, que é o Veto Parcial, depois o Requerimento nº 217/01. Interrompemos
para que, em Reunião Conjunta das Comissões, possam analisar os dois processos.
Findo isso, retornamos ao PLL nº 149/01; PR nº 042/01; PLL nº 031/00 e PLL nº
064/00. Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com os votos contrários dos
Vereadores João Antonio Dib e Haroldo de Souza.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
2014/01 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 012/01,
que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de 2002/2005 e dá outras
providências.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela manutenção do Veto
Parcial.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto,
vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 30.08 –
Quinta-feira.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 012/01, com Veto
Parcial. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
condição de Relator do Processo original, permiti-me também, como Presidente da
Comissão de Finanças da Casa, avocar a Relatoria do Veto do Sr. Prefeito
Municipal. O meu Relatório é favorável, é pela aceitação do Veto. Não sei se o
Sr. Prefeito foi mal-assessorado, ou, ao contrário, se o Sr. Prefeito tem essa
posição, e, por isso, essa seria louvável. Mas observem que o Ofício enviado à
Casa é muito claro, apresenta Veto Parcial relativamente à alteração em sua
Redação Final, fixada pela Subemenda nº 01 à Emenda nº 45. Portanto, o Veto
apresentado pelo Sr. Prefeito é o Veto à Subemenda.
Gostaria
que o Srs. Vereadores pensassem comigo. Eu só posso apresentar uma subemenda,
quando existe uma emenda; eu só tenho aprovada a subemenda, quando, também, a
emenda anterior foi aprovada. Portanto, a ordem é: emenda, subemenda.
Ver.
Elói Guimarães, V. Ex.ª que comanda a Comissão de Constituição e Justiça. Se o
Prefeito, contrariu sensu, veta a
Subemenda, mantém a Emenda original, por motivo óbvio, está mantida a redação
original, porque é a Subemenda que está sendo vetada. Ora, o que diz a Emenda
original? Diz, na proposição do Ver. Aldacir Oliboni, que a Prefeitura deveria
responder pela construção do Centro Cultural do Morro da Cruz. O que diz a
Subemenda? Que a Prefeitura deveria responder pelos estudos para a elaboração do
projeto. O que está vetado é a Subemenda, fica o essencial, ou seja, fica a
determinação de que a Prefeitura deve arcar com as despesas da construção e não
com os estudos. Essa é a lógica, tive o cuidado de consultar a Procuradoria da
Casa, essa é a lógica da construção do Veto e do motivo do meu relatório. Se
eliminasse tudo, evidentemente, eu seria contrário ao Veto, mas é taxativo o
Sr. Prefeito Municipal, ele veta a Subemenda; ora, se veta a Subemenda, que é o
acessório, fica o principal, e o principal é o que nós aprovamos.
Portanto
sou favorável ao Veto, porque ele apenas retira o acessório; o acessório que
vinha em contrário àquela idéia original do Ver. Aldacir Oliboni que eu,
particularmente como relator da matéria, havia aprovado; embora o Vereador,
depois, tivesse aceito na negociação com a Bancada oficial a Subemenda que nós
também aprovamos com respeito ao Vereador. Agora o principal é a Emenda nº 45
que diz que a Prefeitura deve construir o Centro Cultural do Morro da Cruz. Sou
a favor disso completamente. Na Subemenda o que se dizia? Que a Prefeitura
deveria financiar os estudos para a obra; vetados os estudos, ficou a obra, e à
obra, sou, evidentemente, favorável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar o PLE nº 012/01, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei
breve. Em homenagem ao Ver. Antonio Hohlfeldt, vou votar pela aceitação do
Veto, porque o Prefeito tem uma Procuradoria competente mas não a usa. O
Prefeito, na realidade, não vetou este Projeto, porque ele só pode vetar por
contrário ao interesse público, contrário à Constituição, contrário à Lei
Orgânica, e ele aqui diz que, com base no art. 94, inc. III, compete ao
Prefeito vetar; e no art. 77, § 1º, consta que só pode vetar por contrário
interesse público ou inconstitucional, e no § 2º consta que tem de vetar o
todo, e não parte. Portanto, o Prefeito, na verdade, plenamente não vetou, ele
queria vetar, e eu vou até aceitar o sentimento do Prefeito, mas, da próxima
vez, ele que procure a Procuradoria e os novos Procuradores, porque estão sendo
criados cargos, e que eles sejam ouvidos para fazer exposição de motivos ou
justificativa para a Casa do Povo de Porto Alegre, que tem Procuradores
competentes e também tem uma Procuradoria.
Portanto,
eu vou aceitar o Veto em homenagem ao Ver. Antonio Hohlfeldt. Saúde e paz!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para encaminhar o PLE nº 012/01, com Veto Parcial.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
penso que, com toda a inteligência do Ver. Antonio Hohlfeldt, ele pegou um dos
lados da questão, porque aqui está estabelecida a confusão geral. Uma subemenda
só pode existir a uma emenda, então essa Subemenda está mal-elaborada no
Projeto, ela já deveria ter sido estigmatizada aqui na Casa, deveria ser um
parágrafo, e não uma Subemenda. Essa é a primeira questão óbvia; a segunda, é
que se o Prefeito vetou uma subemenda que é umbilicalmente ligada à emenda,
tinha de vetar a emenda, é óbvio. Das duas uma, ou o Prefeito vetou a Emenda,
porque, sub-repticiamente, para não dizer que a Lei Orgânica trata de ir
contrário ao interesse público que, no caso, não é contrário ao interesse
público... Ele, inteligentemente, vetou porque isso implica despesa, e não
foram indicadas as verbas que ensejariam os estudos, mas aí a Subemenda fala em
estudos, e a Emenda quer que seja construído um centro social, certo, mas e a
verba? E, mais do que a verba, a coerência que manda para o Orçamento
Participativo? Porque senão, Srs. Vereadores, está aberto nesta Casa aquilo que
seria até mais legítimo, de que os Vereadores também pudessem, independente do
Orçamento Participativo, no Plano Plurianual e no próprio Orçamento, consignar
obras que são necessárias e que, às vezes, o Orçamento Participativo, por
questões políticas, por questões do Regimento ou seja por que razão, atrasa a
consecução da obra.
É
por isso que quando eu apresentei, uma vez, aqui, a legalização do Orçamento
Participativo, diferentemente do que quer, hoje, o Ver. Isaac Ainhorn, arrepiaram-se os cabelos da
Administração Popular. Por exemplo, foram priorizadas cinco obras e foram feitas
quatro obras, a quinta não foi feita, só poder-se-iam iniciar as obras do ano
seguinte se a quinta obra fosse elaborada. Isso seria o racional, porque
votam-se prioridades no Orçamento Participativo. Mas, não! Isso não convém
politicamente ao Partido dos Trabalhadores, o que convém é a confusão e a
politicagem. Por quê? Porque, se são seis obras de uma região priorizada, o PT
faz quatro - e nunca faz mais do que isso -, aí, no ano seguinte, mistura o
baralho, começa tudo de novo. E aquelas duas, que seriam a quinta e a sexta,
que, por ordem, teriam prioridade, às vezes vão para as calendas gregas. Por
isso que existem obras que levam anos e anos sem ser feitas, quando outras são
feitas no segundo, terceiro ano. Por tudo isso, a confusão é geral! Tudo isso
está mal-elaborado.
Para
finalizar, eu digo o seguinte: o Ver. Aldacir Oliboni confundiu que a oposição
querendo, ironicamente, colocar como cavalo de Tróia na bancada governista para
fazer a cizânia política, a oposição votou favorável. E o Ver. Aldacir Oliboni,
por ingenuidade ou por esperteza demais, porque é um cristo travestido na
terra, ele agora acha que as oposições têm compromisso com ele. Ele, agora,
anda pedindo voto até para o restaurante popular. Eu sou favorável ao Veto,
porque nós temos que parar de brincar de fazer coisas sérias. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar o PLE nº 012/01, com Veto Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, para poupar tempo, eu
encaminho daqui mesmo, dizendo que a Bancada do PFL acompanha o Relator. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esclarecemos, Ver. Reginaldo Pujol, que
encaminhou pelo PFL, que o Regimento obriga que seja encaminhado da tribuna.
Mas, nos casos excepcionais, está encaminhado.
O
Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para encaminhar o PLE nº 012/01, com
Veto Parcial.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
queremos debater o mérito deste Veto. Nós temos um processo em Porto Alegre,
que é o processo do Orçamento Participativo, em que a população de Porto Alegre
estuda, escolhe, debate e vota as suas prioridades, conhece o Orçamento. E,
diferente do que foi dito aqui nesta tribuna, ela também, uma vez por ano, por
intermédio de uma reunião de todos os conselheiros do Orçamento Participativo,
estabelece o seu regimento. Quer dizer, a população, além de ter pleno
conhecimento do que é investido do orçamento, escolher, debater e votar, tudo o
que é investido, a própria população, e não o Executivo e não a Câmara de
Vereadores, estabelece, uma vez por ano, os ajustes que achar necessário, por
intermédio dos seus conselheiros, no regimento do Orçamento Participativo.
Então, é mais do que participar, é participar e escolher a forma como vão ser
regidas as escolhas para o Orçamento Participativo e a questão orçamentária de
investimento e tudo mais.
Então,
nós, do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular também, respeitamos plenamente
a legítima vontade de algumas comunidades e associações de moradores que querem
uma obra na sua região por julgarem-na necessária, importante e tudo mais, ou
mesmo, como foi proposta aqui, uma emenda, mas nós temos em pleno funcionamento
e em bom funcionamento e de um bom exemplo que as comunidades estão
participando e escolhendo, por meio de plenárias regionais, por meio de fóruns
com delegados, por meio de reuniões do próprio Conselho do Orçamento
Participativo. Então, é este método, na verdade, que estamos defendendo;
defendendo que a população que participou e quantas vezes deixou de estar em
casa com sua família para participar de uma reunião de duas, porque são duas
rodadas do Orçamento Participativo na sua região, para participar do fórum dos delegados,
são delegados, são conselheiros, discutiram com várias associações, discutiram
com todas as entidades que querem participar e todas as pessoas que querem
participar podem participar, falar e se inscrever. É diferente da situação que
o Ver. Sebastião Melo trouxe aqui, porque ali era um fórum de delegados e os
delegados estavam reunidos para discutir.
Nós
estamos defendendo a questão do Veto, porque ela está ligada à questão do
método, o que para nós é precioso. A população vai, decide e participa, participa
de uma série de reuniões; escolhe junto com isso a cada ano como vai ser
regido, porque os próprios conselheiros delegados estabelecem o regimento,
estabelecem as suas formas, que é escolhida plenamente pela população.
Nós
gostaríamos que este Veto fosse aprovado, não por respeito e por ser de
iniciativa do Executivo ou tudo mais, mas, sim, por respeito a todos os
cidadãos e cidadãs de Porto Alegre que têm participado das reuniões, têm
decidido coletivamente e muitas vezes têm sidos derrotados na sua vontade, mas
compreendem a derrota e sabem que outra população - em maior número ou com
maior necessidade – escolheu e priorizou outra obra. Isso faz parte de um
processo que há doze anos tem evoluído, a participação democrática no Município
de Porto Alegre. Isso é bom para a democracia, é bom para Porto Alegre, é bom
para cada cidadão e é bom para as pessoas. Isso não faz mal a ninguém. Isso não
rompe com princípios de ninguém.
Então,
nós estamos votando pela manutenção do Veto, porque é importante no método. O
que é diferente da questão, não quero tratar aqui... Tenho a certeza de que o
Ver. Antonio Hohlfeldt, com toda a sua experiência, conhece bem os trâmites,
pode ter ou não razão. Eu quero aqui tratar do método, porque é importante para
nós a manutenção do Veto, por respeito e pelo trabalho desse cidadãos e cidadãs
que há tanto participam das reuniões do Orçamento Participativo. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o PLE nº 012/01, com Veto
Parcial no que se refere à Subemenda nº 01 à Emenda nº 45. (Após a apuração.) REJEITADO por 23 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO, considerando-se aceito o Veto Parcial a ele aposto.
Em
votação o Requerimento nº 217/01. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para encaminhar.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
desejar ao Ver. Ervino Besson uma boa viagem, um feliz retorno, mas, sobretudo,
quero desejar que, ao voltar, ele não encontre a burrice de um volante que
diga: “Olha só o conchavo”. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar o Requerimento nº 217/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho
encaminhar, em nome do PFL, favoravelmente, pois, tradicionalmente, temos
aplaudido a ida de Vereadores representando a Casa nos mais diversos atos, e
não seria neste momento, em que é convidado um Vereador da Casa para que
integre uma representação do Município a uma atividade promovida
internacionalmente, que haveríamos de nos omitir. O que me traz à tribuna, e
pedi licença ao Ver. Luiz Braz para me manifestar nesta hora, é que noticiam os
jornais que o Prefeito havia-nos convidado com a idéia de nos cooptar para
qualquer uma posição e que nós havíamos deixado de atender a esse convite para
reprimir essa cooptação. Quero dizer claramente que não fui convidado pelo Sr.
Prefeito Municipal para absolutamente nada, fui convidado, isso sim, pelo
Presidente da Casa, Ver. Fernando Záchia, cheguei a admitir que iria acompanhar
a delegação do Município, eu me sentiria perfeitamente à vontade para tanto, e
não seria o fato de estar dois ou três dias junto a administrações municipais
que faria com que eu modificasse a minha postura pessoal. E, se não atendi ao
convite, convite do Presidente do Legislativo, Ver. Fernando Záchia, que
haveria de ser submetido a esta Casa, como está sendo submetido no dia de hoje,
se não atendi, Ver. João Dib, V. Ex.ª sabe muito bem das razões. Houve decisões
da CPI, da qual eu sou Relator, dizendo que as reuniões seriam nas segundas e
quartas-feiras e que não haveria substituição dos seus integrantes. Obviamente
que nós não faltaríamos a duas reuniões consecutivas que coincidiriam com a
nossa estada fora do País nessa ocasião. Esse é o motivo, e nós assumimos o
compromisso, junto aos nossos companheiros da Comissão Parlamentar de
Inquérito, fomos escolhidos por unanimidade para ser o Relator dessa Comissão,
e não iremos fraudar a nossa responsabilidade. Estaremos atentos, em todas as
reuniões, ouvindo, para, afinal, e tão-somente afinal, propormos uma
orientação, em função daquilo que for investigado pela CPI.
Então,
em função disso, Ver. Ervino Besson, eu venho à tribuna para dizer das circunstâncias
que me levaram a não aceitar esse convite e afirmo que a Casa vai ser muito
melhor representada, porque estará representa por V. Ex.ª, que é um homem
íntegro, um Vereador qualificado, e um cidadão que, certamente, não precisará
ter temor nenhum de cooptação, porque tem personalidade suficiente para bem
representar a Casa, bem representar o Município, sem nenhum risco desse tipo.
Então,
cumprimento V. Ex.ª, desejo êxito na sua representação, e tenho absoluta
certeza de que esse êxito será alcançado pela forma responsável, séria,
competente e compenetrada com que V. Ex.ª exerce o mandato parlamentar. E irá a
Santiago do Chile, nesse Encontro, no qual o Município se integra, representar
este Legislativo com muito brilho, com muita responsabilidade.
Boa
viagem para V. Ex.ª E volte breve! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o Requerimento nº 217/01.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
importante esse momento em que, lá no Chile, haverá a 7ª Reunião de Cúpula da
Rede Mercocidades. Recebemos o convite para comparecer, mas, por motivos
outros, não poderemos estar presentes. Entendemos que o Ver. Ervino Besson,
como membro da Mesa, vai dignificar, e muito, a representação desta Casa. E
temos a certeza de que trará inúmeros subsídios para que a Cidade de Porto
Alegre possa ser, cada vez mais, o olhar da América Latina. Neste ano, por
ocasião do Fórum Social Mundial, o mundo já começou a olhar diferente para
Porto Alegre e, cada dia mais, Porto Alegre se integra, realmente, como uma das
grandes metrópoles do mundo.
Portanto,
Ver. Ervino Besson, leve, em nome do Partido Socialista Brasileiro, o nosso
apoio, e temos a certeza de que a sua representação dignificará em muito esta
Casa. Parabéns! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Antes de colocarmos em votação o
Requerimento, alertamos ao Plenário que esta viagem do Ver. Ervino Besson é sem
ônus para a Câmara Municipal, trata-se de convite da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre.
Em
votação o Requerimento nº 217/01. Os Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Convidamos
o Ver. Elói Guimarães, Presidente da CCJ, para que presida a reunião conjunta
das Comissões que vai apreciar o PLL nº 170/01 e o PLCL nº 016/01. Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 13h04min.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 13h11min):
Estão reabertos os trabalhos.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2298/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Ator Luiz Carlos de
Magalhães.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º,
V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: A Ver.ª Sofia Cavedon solicita adiamento
da discussão do PLL nº 149/01 por uma Sessão. (Pausa.) Solicitamos que a
Vereadora assine Requerimento junto à DL.
Em
votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, solicitando o
adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLL nº 149/01. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
1972/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que altera a Resolução
nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre. (Sessões e Reuniões Ordinárias) Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da Comissão
Especial. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto e da Emenda
nº 01.
Observação:
- discussão
geral nos termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 042/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0587/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/00, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que dispõe sobre a fixação, no âmbito do Município de Porto Alegre, do horário
de funcionamento dos caixas eletrônicos e 24 horas.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Adeli Sell: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela rejeição do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Cassiá Carpes: pela rejeição do Projeto.
Observação:
-
discutiram a matéria, em 22/8/01, os Vereadores P.Leal, A.Sell, J.A.Dib,
J.Pinheiro e E.Xavier.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Solicito o adiamento da discussão do PLL
nº 031/00 por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que solicita o adiamento da discussão, por uma Sessão,
do PLL nº 031/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1001/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/00, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
altera o § 2º do art. 12 da Lei nº 3.790, de 5 de setembro de 1973, que
estabelece normas para a exploração de serviços de táxis e dá outras
providências. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR.
Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e pela rejeição da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEDECONDH.
Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- discutiram a matéria, em
22/8/01, os Vereadores J.B.Vaz, R.Pujol, e J.A.Dib;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Há um Requerimento, de autoria do Ver.
Nereu D’Avila, que solicita dispensa de parecer e envio às Comissões da Emenda
nº 02 ao PLL nº 064/00. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o
Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
discussão o PLL nº 064/00, com ressalva das Emendas a ele apostas. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com
a abstenção do Ver. Juarez Pinheiro.
Em
votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 064/00. Se aprovada, a Emenda nº 02
será prejudicada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em
votação a Emenda nº 02 aposta ao PLL nº 064/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não há quórum. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 13h20min.)
* * * * *